Otro
Testemunho, juízo político e história
Registro en:
Revista Brasileira de História. Associação Nacional de História - ANPUH, v. 24, n. 48, p. 73-100, 2004.
0102-0188
10.1590/S0102-01882004000200004
S0102-01882004000200004
S0102-01882004000200004.pdf
Autor
Kolleritz, Fernando
Resumen
A partir de um comentário sobre as propriedades características do gênero testemunhal, descrevem-se as respectivas situações ideológicas que presidiram à recepção de depoimentos sobre os campos de concentração nazistas e comunistas quando da sua publicação no Ocidente. Ao sublinhar a dimensão moral do testemunho e mostrar que os saberes dele advindos baseiam-se em práticas de reconhecimento, aponta-se, complementarmente, para situações em que o historiador vê-se por ele interpelado. Situações em que sua arte depende unicamente do ouvido que prestar ao apelo testemunhal. Nesse momento o testemunho não é mais fonte, pode tornar-se algo como um ultimato. Permutadas, assim, as posições, não fica o historiador exposto ao testemunho, carregando a inteira responsabilidade de sua audiência? Não deve o cultor de Clio a certos endereçamentos, por lacunares e subjetivos que sejam? We will underline the moral dimension of testimonies and try to show that the knowledge that issues of it is based on practical recognition. I will approach a peculiar type of deposition, that reconstructs repressive practices of totalitarian societies, in particular the Communists societies. Thanks to its remissive and evocative effectiveness the testimonial narratives hold a proper way to approach ethical questions that leave a sample of the totalitarian logic. Therefore the testimonial expression (and its fictional parallels) will not be used mainly in the quality of historical source, but as principle and bedding for a political judgment. It is thus the question: what owes the historian to testimony? Doesn't the servant of Clio stay exposed to it?