Thesis
Efeito da desnutrição proteica no timo e baço de camundongos BALB/c infectados com Leishmania infantum
Fecha
2016Registro en:
LOSADA BARRAGÁN, Monica. Efeito da desnutrição proteica no timo e baço de camundongos BALB/c infectados com Leishmania infantum. 2016. 167f.Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de janeiro, RJ, 2016
Autor
Losada Barragán, Monica
Institución
Resumen
A desnutrição proteica é considerada um fator de risco primário para o desenvolvimento da leishmaniose visceral (LV), contudo, as bases imunológicas desta associação são majoritariamente desconhecidas. Este trabalho pretendeu determinar os efeitos da desnutrição proteica no timo e baço de camundongos BALB/c infectados com L. infantum. Os animais foram submetidos à dieta controle (CP, 14% em proteína) ou baixa em proteína (LP, 4% em proteína). Após sete dias de dieta, cada grupo foi dividido em dois e cada um foi infectado com L. infantum (CPi, e LPi). As dietas foram mantidas após a infecção e os animais foram eutanasiados 14 dias pós-infecção. Os animais LPi mostraram uma desnutrição moderada e uma diminuição significativa no peso do timo e baço, acompanhado de níveis séricos reduzidos de IGF1 e Leptina e de IGF1 hepático obedecendo aos padrões esperados em um quadro de desnutrição proteica. Além disso, animais LPi apresentaram uma carga parasitaria significativamente maior que animais CPi. A desnutrição e infecção induziram danos na arquitetura tímica, gerando alterações na distribuição de laminina e fibronectina, e redução na secreção de varias citocinas e quimiocinas no fluido intersticial tímico tais como: IL-12, CCL5, CXCL12, IGF1, CXCL9 e CXCL10, sugerindo que a entrada de progenitores ao timo e sua maturação intratímica e migração pode estar comprometida nestes animais
A análise proteômica deste fluido permitiu gerar um perfil de proteínas secretadas tímicas e revelou a importância de proteínas exossomais na fisiologia do timo, assim como a participação de vias metabólicas como a fosforilação oxidativa e \03B2-oxidação de ácidos graxos na proliferação e diferenciação dos timócitos LPi. O baço, por sua vez, apresentou desorganização tecidual e diminuição no número de folículos, assim como uma redução significativa de moléculas pró-inflamatórias e de moléculas envolvidas na quimiotaxia no fluido intersticial esplênico de animais LPi (IL-1a, IL-1b, IL-2, IL-12, IGF1, CCL5, CXCL12, CXCL9 e CXCL10). Esta diminuição se correlaciona positivamente com a carga parasitaria esplênica incrementada, e pode ser uma causa da mesma. A análise proteômica do fluido intersticial esplênico revelou um aumento na abundância de proteínas relacionadas com estresse oxidativo sugerindo um desequilibro no estado oxidante/anti-oxidante em animais LPi. Observou-se também uma diminuição na abundância de proteínas envolvidas na via das pentoses fosfato e na síntese de purinas indicando potenciais defeitos na proliferação de esplenócitos. A identificação de proteínas envolvidas na resposta pró-inflamatória e quimiotaxia, cuja abundância estava diminuída, reforça os resultados moleculares relatados no grupo LPi. Em síntese, identificaram-se novos elementos na patogênese da LV, tanto no timo quanto no baço, que contribuem ao entendimento do aumento da susceptibilidade a desenvolver LV quando há uma condição desnutrição pré-existente