Thesis
Identificação de rearranjos nos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com critérios para síndrome hereditária de câncer de mama e ovário no Estado da Bahia
Fecha
2019Registro en:
FREITAS, Juliana Côrtes. Identificação de rearranjos nos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com critérios para síndrome hereditária de câncer de mama e ovário no Estado da Bahia. 2019. 100 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz. Salvador, 2019.
Autor
Freitas, Juliana Côrtes
Institución
Resumen
Entre 5% a 10% dos casos de câncer de mama e ovário são de origem hereditária e estão associadas à presença de mutações germinativas em genes de predisposição, entre os quais se destacam BRCA1 e BRCA2. Mutações pontuais nestes genes são mais comuns, no entanto, alterações estruturais provocados por rearranjos genômicos podem explicar a ocorrência de casos de HBOC (Hereditary Breast and Ovarian Cancer Syndrome) nos quais mutações não são detectadas por métodos convencionais, e portanto, não devem ser negligenciadas. OBJETIVO: Verificar a frequência de rearranjos genômicos em BRCA1 e BRCA2 em uma amostra de pacientes que atendam aos critérios de inclusão baseados nas diretrizes da NCCN (National Comprehensive Cancer Network) e ASCO (American Society of Clinical Oncology). METODOLOGIA: Foram selecionados 292 pacientes atendidos no Ambulatório de Oncogenética do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia, considerados elegíveis para triagem de rearranjos genômicos por meio da técnica de MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) entre 2008 e 2017. Além disso, a amostra foi caracterizada quanto aos dados clínicos, a história individual e/ou familiar de risco para câncer e ancestralidade. RESULTADOS: Os rearranjos genômicos, deleção dos exons 16-17 de BRCA1, duplicação do exon 5 de BRCA1, deleção dos exons 1-2 de BRCA1 e duplicação do exon 21 do BRCA2 foram encontradas em sete pacientes com diagnóstico de câncer de mama e/ou ovário com história pessoal e familiar de câncer sugestivo de HBOC. Os rearranjos del exons 16-17 e del exons 1-2 de BRCA1 já foram descritos na literatura como patogênicas. As outras mutações ainda não estão descritas, e estudos para determinação do efeito clínico e a caracterização molecular serão necessários. A frequência de rearranjos observada neste estudo foi de 2,4% e está de acordo com a frequência de outros estudos realizados no Brasil. Embora essa população tenha uma contribuição portuguesa relevante, a mutação fundadora portuguesa c.156_157insAlu em BRCA2 não foi encontrada. CONCLUSÕES: A recomendação de testes genéticos abrangentes para triagem de pequenas mutações, bem como de rearranjos genômicos em BRCA pode proporcionar um melhor desfecho nos prognósticos dos pacientes.