Dissertation
Alterações anatomopatológicas na região nasal de gatos domésticos com esporotricose lesões sem tratamento e lesões refratárias
Fecha
2010Registro en:
CAVALCANTI, Maíra Cruz de Holanda. Alterações anatomopatológicas na região nasal de gatos domésticos com esporotricose lesões sem tratamento e lesões refratárias. 2010. 72 f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Rio de Janeiro, 2010.
Autor
Cavalcanti, Maíra Cruz de Holanda
Institución
Resumen
A esporotricose é uma enfermidade causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii. Gatos com esporotricose geralmente apresentam lesões cutâneas ricas em estruturas leveduriformes, encontradas com maior frequência na cabeça. Verifica-se que em alguns casos, as lesões podem ser refratárias ao tratamento, principalmente quando localizadas na região nasal. Este estudo teve por objetivo descrever as alterações anatomopatológicas na região nasal de gatos com esporotricose que não receberam tratamento antifúngico e de gatos com lesões refratárias. Utilizou-se uma amostra de conveniência composta por 50 gatos com diagnóstico micológico de esporotricose que apresentavam lesões na região nasal, atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) entre os anos de 2007 e 2009. Destes, 27 não receberam tratamento e 23 foram tratados com itraconazol isoladamente ou associado à anfotericina B. Foi coletado um fragmento de lesão nasal por biopsia ou toda a região nasal nos gatos submetidos à necropsia. As amostras de tecido foram processadas pelas técnicas de hematoxilina-eosina, de ácido periódico de Schiff e de impregnação pela prata de Grocott
Os casos, independentemente do tratamento, apresentaram predomínio de acentuado infiltrado inflamatório e semelhança quanto aos tipos de células inflamatórias envolvidas. Intensidade acentuada de estruturas leveduriformes de S. schenckii foi predominante com brotamentos frequentes, inclusive em lesões refratárias, o que demonstra a falha dos agentes antifúngicos. A frequência de granulomas bem organizados foi maior nos casos refratários, que apresentaram menor intensidade de infecção. Elementos fúngicos intracelulares estiveram presentes em macrófagos, neutrófilos, células gigantes e osteoclastos. Houve diferença estatisticamente significativa entre a presença de hifas e os casos refratários (30,4%) (p=0,019). A profundidade e a gravidade das lesões associadas a S. schenckii na região nasal dos gatos avaliados, sugerem a elevada virulência do fungo. O tratamento antifúngico no presente estudo não impediu a gravidade das lesões e a presença de elementos fúngicos na região nasal dos gatos avaliados