Dissertation
Sindicalismo e saúde no Brasil: a relação sistema único de saúde (SUS) e os planos privados de saúde na assistência à saúde dos trabalhadores
Fecha
2005Registro en:
PINA, José Augusto. Sindicalismo e saúde no Brasil: a relação sistema único de saúde (SUS) e os planos privados de saúde na assistência à saúde dos trabalhadores. 2005. 138 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
Autor
Pina, José Augusto
Institución
Resumen
Esta dissertação discute o sindicalismo brasileiro em sua relação com o Sistema Único
de Saúde - SUS e os planos e seguros privados de saúde a propósito da assistência à
saúde dos trabalhadores, nos anos 1990. São ponderadas algumas teses na Saúde
Coletiva a luz de estudos mais recentes sobre o sindicalismo oriundos das Ciências
Sociais. Realizamos a análise de documentos e materiais sindicais, seus pleitos ao
Estado (fóruns do SUS e da ANS) e as empresas, para o caso da Central Única dos
Trabalhadores e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC / SP. Observamos a
necessidade dos estudos considerarem os pesos relativos que a ação sindical imprimiu a
cada um dos aspectos da relação SUS e planos privados de saúde, inseridos mais
amplamente nas lutas dos trabalhadores nas distintas conjunturas do país. A
reivindicação sindical por melhoria dos planos privados de saúde, até o final da década
de 1980, possuía uma dimensão mais reativa e não foi aspecto determinante da
expansão da oferta de atenção médica supletiva. Nos anos 1990, a posição sindical tem
sido marcada por contradições e ambigüidades em relação aos direitos sociais. Mantida
a dimensão reativa, seu discurso tem contemplado composições variáveis entre a
participação do público (Estatal e não estatal) e do privado, substituiu a centralidade do
Estado pelo Contrato Coletivo de Trabalho como definidor de suas reivindicações
trabalhistas e sociais. Em seu interior emergiu um setor interessado na gestão da
previdência complementar e dos planos de saúde, além de disputar os fundos públicos
para gerir e oferecer assistência aos trabalhadores e filiados sindicais. Conflitos entre
trabalhadores do setor formal com as empresas em torno da assistência à saúde,
acrescido da precarização do trabalho e do desemprego questionam permanentemente a
aludida segurança a saúde dos planos coletivos, impele a representação sindical a
pleitear a intervenção estatal, em meio à coexistência de modalidades distintas de ação
sindical relativa ao papel do Estado na proteção social. Este estudo traz elementos que
possibilita refletir sobre a complexidade dessa dinâmica e entende que a desigualdade
da estrutura social brasileira impõe limites às coberturas assistenciais privadas e
oferecem as circunstâncias que recriam novas possibilidades das organizações sindicais
se colocarem mais ativamente na cena política a favor do sistema público de saúde. A
depender da direção que assumirem as entidades sindicais estarão em maior ou menor
condição para aglutinar os interesses de amplos segmentos dos trabalhadores e
pressionar o Estado a ampliar e melhorar o sistema público de saúde. O percurso nesta
direção é sinuoso, não compreende uma ação político sindical única e, muito
provavelmente, terá de competir, enfrentar e superar posições antagônicas.