Dissertation
Isolamento e identificação de fungos em amostras retiradas de múmias egípcias da coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro
Fecha
2014Registro en:
REIS, Ricardo França Alves dos. Isolamento e identificação de fungos em amostras retiradas de múmias egípcias da coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro. 2014. 109 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.
Autor
Reis, Ricardo França Alves dos
Institución
Resumen
A proliferação de microrganismos em museus, relacionada aos processos de
biodeterioração, pode representar riscos para a saúde dos visitantes e dos trabalhadores
envolvidos na análise, manutenção e higienização das coleções arqueológicas, por causa
da presença de espécies potencialmente patogênicas. Neste sentido, múmias são
ambientes apropriados para o desenvolvimento de microrganismos, devido à variedade
de materiais orgânicos e inorgânicos que as constituem, os quais se tornam substratos
para o crescimento de bactérias e fungos. Em 1995, um caso de proliferação fúngica em
múmia egípcia foi documentado no Museu Nacional do Rio de Janeiro, após a
penetração de água no local onde o corpo era mantido. Na época, além do risco de perda
do espécime, alguns profissionais que trabalhavam para salvar este e outros materiais
afetados, informaram a ocorrência de doenças. Após o acidente, algumas múmias foram
acondicionadas em cápsulas plásticas com atmosfera anóxica para deter a proliferação
de microrganismos. O presente estudo buscou avaliar a contaminação fúngica na múmia
afetada (inv. 527), após longo tempo de preservação em condições especiais, e em outra
múmia (inv. 170), não acondicionada desta forma, e em seus respectivos ambientes de
exposição. Foram coletadas 29 amostras, entre corporais e ambientais, das quais 17
foram positivas para o crescimento fúngico. Foram isoladas 51 cepas de fungos
filamentosos e leveduriformes. A partir de métodos taxonômicos convencionais, foram
identificados 11 gêneros distintos entre os fungos filamentosos, sendo os principais
Aspergillus, Cladosporium e Penicillium, comumente descritos como causadores de
biodeterioração em múmias e como agentes etiológicos de diversas enfermidades
humanas. A presença destes fungos no museu pode representar riscos para a saúde
pública. Com isso, métodos cada vez mais estritos são sugeridos para a exposição e
armazenamento das múmias, assim como maior cuidado no manuseio e análise das
mesmas, evitando o contato e a disseminação destes fungos no ambiente.