Thesis
Papel da disfunção erétil como manifestação sentinela e marcador de risco para doença coronariana
Fecha
2013Registro en:
ALMEIDA, A. J. G. de Papel da disfunção erétil como manifestação sentinela e marcador de risco para doença coronariana. 2013. 92 f. il. Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2013.
Autor
Almeida, Augusto José Gonçalves de
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular é a causa mais comum de morte em todo o
mundo. Em homens, 50% das mortes por doença arterial coronariana ocorre em
indivíduos sem história prévia de doença cardiovascular. Disfunção erétil e doença
arterial coronariana têm uma relação estreita, já que ambas são consequências de
disfunção endotelial, levando a limitações no fluxo sanguíneo. A associação entre
severidade da disfunção erétil e a extensão das lesões da doença arterial
coronariana ao exame angiográfico sugere que homens com disfunção erétil sejam
considerados sob risco aumentado de doença arterial coronariana. OBJETIVO:
Avaliar o papel da disfunção erétil como manifestação sentinela e/ou marcador de
risco para doença arterial coronariana. MÉTODOS: Realizou-se uma análise
secundária com dados previamente coletados em dois projetos (“Projeto Avaliar” e
“Projeto Ampliar”). Pacientes do sexo masculino, com idade >18 anos, foram
convidados a participar das duas pesquisas sobre disfunção erétil ao comparecerem
a uma consulta médica ambulatorial em 2002-2003 (Projeto Avaliar) e em 2003-2004
(Projeto Ampliar). Foram selecionados, consecutivamente, 20 pacientes por cada um
dos oito mil médicos que colaboraram com o estudo. O grau de disfunção erétil foi
avaliado por pergunta única de auto-avaliarão global. A presença de condições
médicas foi identificada por auto-relato, os participantes informaram se já haviam
recebido diagnóstico médico de: hipertensão arterial, diabetes, depressão,
hiperplasia benigna ou câncer de próstata, hipercolesterolemia ou doença arterial
coronariana e qual a idade quando o problema foi diagnosticado. Análise
multivariada através de regressão logística foi usada para calcular a razão de
prevalência de “odds” para as associações testadas. RESULTADOS: No total, foram
avaliados 148.685 pacientes, 71.503 no Projeto Avaliar e 77.182 no Projeto Ampliar.
A prevalência de disfunção erétil foi 58,8% e a de doença arterial coronariana 8,1%.
Diagnóstico de diabetes, depressão, hiperplasia benigna ou câncer de próstata,
doença arterial coronariana, hipertensão e hipercolesterolemia foram
significativamente associados com prevalência aumentada de disfunção erétil.
Doença arterial coronariana foi reportada em 11,3% dos homens com disfunção
erétil, comparado a 3,6% naqueles sem esta disfunção (p<0,001). A razão de "odds"
ajustada entre doença arterial coronariana e disfunção erétil foi de 1,33 (IC 95%
1,27-1,39). Aproximadamente, 50% dos diagnósticos de doença arterial coronariana
ocorreu antes do diagnóstico de disfunção erétil, enquanto a outra metade
aconteceu ao mesmo tempo ou depois do diagnóstico da disfunção. CONCLUSÕES:
Nossos dados sugerem que disfunção erétil pode ser um marcador, manifestação
"sentinela", de doença arterial coronariana. As implicações destes resultados são:
deve-se enfatizar a importância da investigação de rotina da função erétil nas visitas
médicas em qualquer especialidade, e em homens apresentando disfunção erétil,
deve-se investigar a presença de outros fatores de risco para doença arterial
coronariana e, conforme as circunstâncias, tratá-los ou introduzir medidas de
redução/controle de risco, conforme as recomendações e diretrizes específicas.