Thesis
Mineração de dados na identificação de padrões de mortalidade no Brasil de 1979 a 2013
Fecha
2017Registro en:
ALVES, Davi da Silveira Barroso. Mineração de dados na identificação de padrões de mortalidade no Brasil de 1979 a 2013. 2017. 209 f. Tese (Epidemiologia em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2017.
Autor
Alves, Davi da Silveira Barroso
Institución
Resumen
Nos últimos 60 anos observou-se no Brasil um processo de transição demográfica e epidemiológica caracterizado por desigualdades regionais que proporcionou o aparecimento de padrões de mortalidade, gerando demandas de saúde específicas e representando um desafio para a saúde pública. As informações sobre mortalidade somam mais de 32 milhões de óbitos registrados no Sistema de Informação sobre e Mortalidade (SIM) que geralmente são analisados de maneira agregada e fragmentada. A mineração de dados é o instrumental preferencial para a identificação de padrões em grandes massas de dados e sua implementação junto ao grande volume de informações do SIM pode ajudar na compreensão do panorama amplo da mortalidade no país, subsidiando o desenvolvimento de políticas de saúde pública equitativas que possibilitem uma gestão mais efetiva do Sistema Único de Saúde. O objetivo desta tese é analisar padrões regionais e temporais da mortalidade no Brasil no período entre1979 e 2013. Trata-se de um estudo ecológico utilizando dados do SIM, do Censo e das Estimativas Populacionais do IBGE. As análises foram realizadas em três etapas, cada uma abordando diferentes indicadores de mortalidade, unidades de observação, períodos e métodos de análise. Na primeira foi analisada a evolução da mortalidade proporcional e do padrão etário de óbitos nas regiões, e das taxas de mortalidade segundo grupos de causa e causas selecionadas nas unidades da federação. Na segunda foi analisada a evolução das taxas de mortalidade segundo causas selecionadas e dos indicadores sociais, econômicos e demográficos, nas microrregiões e a correlação entre eles. Na terceira foram implementadas técnicas de mineração de dados nas informações individuais do SIM. Os resultados mostram tendências regionais que representam a continuidade da transição da mortalidade iniciada na década de 1940, com Norte e Nordeste atingindo nos últimos 30 anos panorama similar ao observado no Sul e Sudeste entre as décadas de 1960 e 1980. Destaca-se a redução das diferenças regionais das taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e neoplasias que diminuíram no Sul e Sudeste, onde foram mais altas e aumentaram no Norte e Nordeste, onde foram mais baixas. Os achados da mineração de dados com as informações individuais do SIM foram prejudicados pela baixa disponibilidade de variáveis e não representam novidade sobre o tema, contudo, são condizentes com a literatura, o que aponta para o potencial de sua utilização em estudos futuros.