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Relatos e vivências do campo: a saúde da família em assentamentos da reforma agrária
Fecha
2018Registro en:
MARTELLI, Petrônio José de Lima et al. Relatos e vivências do campo: a saúde da família em assentamentos da reforma agrária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Martelli, Petrônio José de Lima
Dantas, Ana Carolina Moraes de Teixeira Vilela
Albuquerque, Paulette Cavalcanti de
Sá, Ronice Maria Pereira Franco de
Institución
Resumen
Historicamente as populações do campo vivem processos de exclusão e desassistência com relação à saúde. A incidência significativa de doenças negligenciadas relacionadas à pobreza, às precárias condições de trabalho, falta de acesso a terra e rede de abastecimento de água, são expressões da negligência por parte do poder público para com as famílias que vivem em áreas de acampamento e assentamentos rurais. Analisou-se o cuidado à saúde de famílias assentadas a partir da identificação do contexto sociocultural e econômico, das práticas de saúde desenvolvidas pelas equipes de saúde da atenção primária e relações com as necessidades do território. Tratou-se de um estudo etnográfico realizado através de observação participante durante os atendimentos na Unidade de Saúde da Família - Lajes, visitas domiciliares, atendimentos nos pontos de apoio em comunidades mais distantes e sala de espera; entrevistas individuais com os profissionais das equipes de saúde e setor saúde do MST-PE; grupos focais em dois assentamentos da Reforma Agrária: Macambira/Borba e Lago Azul; registros fotográficos e em diário de campo. Foi entrevistado um total de dezessete sujeitos e a análise dos dados foi descritiva e interpretativa a partir da identificação das temáticas prevalentes, dos significados, convergências e divergências do fenômeno em questão. As práticas de saúde estavam relacionadas ao cuidado popular através do uso de plantas medicinais, ações de prevenção como vacinação, puericultura, acompanhamento a hipertensos e diabéticos, tratamento da água e destino do lixo. Identificou-se que fatores socioeconômicos e educacionais impactavam negativamente na saúde, enquanto a formação dos profissionais e capacidade resolutiva da Atenção Primária limitava a oferta de ações. O cuidado na lógica da clínica ampliada, o planejamento com base nos modos de vida das famílias, a gestão compartilhada e o investimento em educação permanente das equipes também foram destacados como fatores relevantes para garantia de efetividade das na APS. Diante dos desafios, torna-se imprescindível o incentivo à educação permanente acerca dos modos de vida dos povos do campo, incentivo à prática interdisciplinar, garantia de transporte às equipes, fomento à organização nos assentamentos em torno da valorização das práticas tradicionais, planejamento e avaliação envolvendo equipes, setor saúde do MST e famílias visando à participação coletiva na construção do cuidado e efetivação da APS.