Thesis
Desenvolvimento de vacinas de DNA contra o vírus da dengue baseadas na proteína do envelope viral
Fecha
2011Registro en:
AZEVEDO, Adriana Souza de. Desenvolvimento de vacinas de DNA contra o vírus da dengue baseadas na proteína do envelope viral. 2011. 207f. Tese (Doutorado em Ensino em Biologia Celular e Molecular) – Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.
Autor
Azevedo, Adriana de Souza
Institución
Resumen
A dengue é uma doença causada pelo vírus da dengue (DENV1-4). Apesar dos
vários estudos, ainda não existe uma vacina comercialmente disponível. A proteína
do envelope (E) de DENV apresenta-se como o maior componente protéico da
superfície viral. Consequentemente, esta proteína é o principal alvo para a indução
de uma resposta imune protetora, provavelmente baseada em anticorpos
neutralizantes. No presente trabalho, nós avaliamos o potencial protetor de vacinas
de DNA baseadas na proteína E de DENV2. Para isto, foram construídos dois
plasmídeos, pE1D2 e pE2D2, que contêm as sequências que codificam o
ectodomínio da proteína E (domínios I, II e III) ou somente o seu domínio III,
respectivamente, clonadas da montante à sequência que codifica o peptídeo sinal do
ativador de plasminogênio de tecido humano (t-PA). Os dois plasmídeos mediaram à
expressão e secreção das proteínas recombinantes in vitro em células eucarióticas,
detectadas com anticorpos anti-DENV2 e avaliadas por ensaios de
imunofluorescência ou marcação metabólica seguida de imunoprecipitação. Ambas
as vacinas de DNA foram capazes de induzir respostas imunes com produção de
anticorpos neutralizantes em camundongos Balb/c, com títulos mais elevados nos
animais imunizados com o pE1D2. A vacina pE1D2 também se mostrou mais
protetora nos testes de desafio com uma dose letal de DENV2, induzindo 100% de
sobrevivência nos camundongos imunizados, enquanto que 45% dos animais
vacinados com o plasmídeo pE2D2 morreram após a infecção. Além disso, 10% e
65% dos camundongos imunizados com pE1D2 ou pE2D2, respectivamente,
apresentaram morbidade frente ao desafio letal. As vacinas pE1D2 e pE2D2
também foram testadas combinadas com o vírus quimérico YF17D-D2, em um
sistema de dose e reforço ou em imunizações simultâneas. O vírus quimérico
YF17D-D2 foi construído com a substituição dos genes prM e E do vírus vacinal da
febre amarela 17DD pelos genes prM e E de DENV2. A vacina de DNA pE1D2
combinada com a quimera YF17D-D2 induziu altos níveis de anticorpos
neutralizantes nos animais vacinados com os diferentes esquemas de imunização.
Além disso, esses animais apresentaram 100% de sobrevivência frente ao desafio
letal com DENV2, com ausência de qualquer sinal clínico da infecção. O efeito
sinérgico da imunização combinada também foi evidenciado quando combinamos a
vacina pE2D2 e YF17D-D2, que gerou 100% de sobrevivência nos animais
desafiados. A resposta imune celular foi avaliada pela produção de IFN-por células
TCD8+ em ensaios de ELISPOT, evidenciando a ativação destas células nos
animais imunizados com as pE1D2 independente da sua combinação com a
quimera YF17D-D2. Além disso, a análise do perfil fenotípico das células TCD4+ e
TCD8+ mostrou um percentual menor de linfócitos CD62L+ nos animais vacinados
com o pE1D2 isolado ou combinado com o vírus quimérico, indicando que a vacina
de DNA pode influenciar nos processos de ativação das células T. Posteriormente,
foram construídas novas vacinas de DNA que codificam os ectodomínios da proteína
E de DENV1, 3 e 4 (pE1D1, pE1D3 e pE1D4), cuja expressão foi confirmada in vitro,
e que serão testadas futuramente em modelos animais.