Dissertation
Efeito da proteína Hlp micobacteriana na indução da secreção de mediadores inflamatórios por células epiteliais alveolares humanas
Fecha
2011Registro en:
DIAS, André Alves Efeito da proteína Hlp micobacteriana na indução da secreção de mediadores inflamatórios por células epiteliais alveolares humanas. Rio de Janeiro, 2011. 94 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular)- Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2011.
Autor
Dias, André Alves
Institución
Resumen
A resposta imune inata local ativada pelo patógeno, através do seu
reconhecimento por receptores como os toll-like (TLR), é determinante na
natureza da resposta imune adquirida gerada após a infecção. Neste contexto,
tem sido demonstrado que o reconhecimento do DNA micobacteriano rico em
motivos CpG não metilados pelo receptor TLR-9 representa uma via importante
na ativação da produção de IL-12 por celulas dendriticas favorecendo a
subseqüente geração de resposta imune Th1. As micobacterias expressam em
abundância uma proteína catiônica semelhante às histonas de outras bactérias,
denominada Hlp, presente tanto no envelope como no nucleóide bacteriano. A
Hlp localizada no envoltório micobacteriano tem sido implicada no processo de
adesão das micobacterias ao epitélio respiratório visto que interage com
proteoglicanas da superfície destas células. Por outro lado, foi mostrado que o
complexo Hlp-CpG ativa a sinalização celular via TLR-9, induzindo a produção
de mediadores inflamatórios em macrófagos in vitro e um aumento na
resistência à infecção por Mycobacterium tuberculosis in vivo. As micobacterias
penetram no hospedeiro através das vias aéreas superiores, e as células
epiteliais expressam receptores da imunidade inata, contribuindo para a
resposta imune inata local. Este trabalho teve como objetivo investigar a
capacidade da proteína Hlp de ativar, quando combinada ou não ao
oligonucleotideo sintético CpG, a resposta imune inata de células epiteliais
alveolares. Para atingir este objetivo, utilizamos a proteína Hlp recombinante
(rHlp) de M. bovis BCG. O complexo rHlp-oligonucleotideo CpG induziu uma
produção aproximadamente 2 vezes maior de interleucina 8 (IL-8) em relação
às células só estimuladas com CpG e de quase quatro vezes em relação aos
níveis observados com a célula só estimulada com rHlp, indicando um
sinergismo entre estes dois estímulos. Este mesmo efeito da Hlp sobre a CpG
foi observada em macrófagos, quando a produção do fator de necrose tumoral
alfa (TNFsintéticos
derivados da sequencia da Hlp compreendendo os sítios de ligação a
DNA e proteoglicanas, respectivamente, quanto à capacidade de mimetizar o
efeito imunoestimulador da proteína inteira. Estes ensaios confirmaram que a
presença de um sitio de ligação a DNA na molécula é essencial para sua
atividade imunoestimuladora sobre o CpG. Finalmente, quando passamos a
utilizar a micobacteria interia em vez da rHlp como estímulo, a adição de CpG
ao M. smegmatis selvagem, mas não mutante para o gene hlp, aumentou a
produção de IL-8 e RANTES pelas células epiteliais Os resultados descritos
acima indicam que as células epiteliais respiratórias podem reconhecer
micobacterias via TLR-9 e, assim, participar da resposta imune inata no sitio da
infecção. Dentro deste contexto, aliado ao fato de tratar-se de uma proteína
muito conservada encontrada em todas as micobactérias, a Hlp tem potencial
de, quando combinada a DNA, ser empregada tanto como um bom imunógeno,
assim como adjuvante em intervenções imunes contra as micobacterioses tais
como a vacinação intranasal.