Dissertation
Impacto da vacinação contra a meningite meningocócica C na Região metropolinata de Salvador no período pós-vacinal
Fecha
2018Registro en:
SALES, Nabila Monalisa Mendes Dantas. Impacto da vacinação contra a meningite meningocócica C na Região metropolinata de Salvador no período pós-vacinal. 2018. 82 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, 2018.
Autor
Sales, Nabila Monalisa Mendes Dantas
Institución
Resumen
O termo doença meningocócica (DM) designa as diferentes apresentações clínicas de infecções causadas por Neisseria meningitidis, sendo a meningite a principal delas. A DM está associada a elevada morbimortalidade e é considerada um grave problema de Saúde Pública em todo o mundo. No Brasil, a Vacina Meningocócica C Conjugada (MenC) foi incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 2010, para imunoprevenção da DM pelo meningococo do sorogrupo C (DMC). Estudos de vigilância epidemiológica vêm sendo desenvolvidos para avaliação das estratégias vacinais adotadas. OBJETIVOS: Avaliar o impacto a longo prazo da MenC na incidência da DM na Região Metropolitana de Salvador (RMS). METODOLOGIA: Estudo de vigilância de base hospitalar, do tipo corte transversal, observacional e descritivo. Os critérios de inclusão foram: casos de DM confirmados através de técnicas microbiológicas clássicas (cultura, bacterioscopia, aglutinação em látex) ou de PCR em Tempo Real (PCR-TR); atendidos no hospital de referência para doenças infectocontagiosas no estado da Bahia, (Hospital Couto Maia) ou notificados pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2016. As taxas de incidência e letalidade foram calculadas; o perfil clínico-epidemiológico dos casos foi determinado; e a ocorrência dos tipos capsulares foi analisada. RESULTADOS: 897 casos de DM foram confirmados no período. A taxa de incidência de DMC no grupo vacinal (0-4 anos) reduziu de 2,82 no período pré-vacinal (2005-2009) para 1,14 casos/100.000 hab. no período pós-vacinal (2011-2016), representando uma redução de 59,6%. O índice de letalidade geral foi de 15,1%. O emprego da PCR-TR, a partir do LCR, identificou 189/897 (21,1%) casos adicionais. O tipo capsular C 507/897 foi o mais prevalente (56,5%) seguido pelos tipos capsulares B 104/897 (11,6%), W 19/897 (2,1%), Y 11/897 (1,2%) e A 7/897 (0,8%). Os tipos capsulares não foram determinados ou não testados para 27,8% (249/897) das amostras. CONCLUSÕES: A introdução da MenC teve influência positiva no controle da DMC entre os indivíduos do grupo vacinal. A PCR-TR conseguiu ampliar a capacidade diagnóstica da DM, portanto, a disseminação desta técnica pode reduzir o percentual de casos de etiologia não confirmada e de tipo capsular não determinado. O perfil microbiológico da doença é dinâmico e interfere diretamente na epidemiologia desse agravo; por esse motivo, estudos de vigilância são indispensáveis para subsidiar e avaliar continuamente as estratégias vacinais implementadas.