Dissertation
Variações espaciais da mortalidade infantil nos três primeiros dias de vida no município do Rio de Janeiro, 1995-1996
Fecha
2000Registro en:
ANDRADE, Carla Lourenço Tavares de. Variações espaciais da mortalidade infantil nos três primeiros dias de vida no município do Rio de Janeiro, 1995-1996. 2000. 35 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2000.
Autor
Andrade, Carla Lourenço Tavares de
Institución
Resumen
Este estudo teve como objetivo analisar as variações espaciais da mortalidade
nos primeiros dias de vida, por Região Administrativa e por bairro do Município do Rio
de Janeiro, no período 1995-96, visando obter os fatores associados às taxas
elevadas de mortalidade nos três primeiros dias de vida em algumas áreas da cidade.
O trabalho é apresentado sob a forma de dois artigos. Teve como fontes de
dados o Sistema de Nascimentos, o Sistema de Informações sobre Mortalidade/MS e
o Censo Demográfico de 1991. Foi usado um Sistema de Informações Geográficas
(SIG-FIOCRUZ) para agregar os dados censitários por bairro. A visualização
geográfica foi feita através de mapas temáticos elaborados por meio do software
MapInfo.
No artigo 1, foi realizada uma análise espacial exploratória abordando-se
aspectos relacionados tanto à assistência médico-hospitalar como às condições
socioeconômicas das mães. Foram calculadas taxas por estabelecimento de saúde,
ajustando-as por um procedimento de padronização através de um modelo de
regressão múltipla.
No artigo 2, uma análise estatística espacial dos dados foi realizada utilizando
as técnicas de Cliff & Ord, apropriadas para dados de áreas. Por intermédio de um
procedimento passo a passo, foram selecionadas as variáveis mais explicativas dos
conglomerados espaciais.
Os resultados deste estudo apontam para variações espaciais importantes na
mortalidade nos primeiros dias de vida da criança, com a presença de dois
aglomerados de taxas elevadas. Através da análise estatística espacial, foi mostrada
a existência de dependência espacial na taxa de mortalidade nos três primeiros dias
de vida. As variáveis que melhor explicaram os aglomerados espaciais foram a
“proporção de mães adolescentes”, “proporção de pessoas residentes em favelas em
1996” e a “proporção de chefes com rendimento até um salário mínimo”.
Verificou-se que as características individuais das mães, os atributos da área
de residência, a atenção pré-natal adequada e a qualidade da assistência médicohospitalar prestada são inter-relacionados e desempenham papel importante no
processo. É preciso, no entanto, ter em mente que é fundamental que a mãe esteja
disposta a participar dos programas de prevenção oferecidos pelos serviços de saúde,
a fim de que bons resultados possam ser alcançados.