Dissertation
História de peso e posição socioeconômica pregressa e atual dos funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro: estudo pró-saúde
Fecha
2008Registro en:
FRANÇA, Rosana de Figueiredo. História de peso e posição socioeconômica pregressa e atual dos funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro: estudo pró-saúde. 2008. 72 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
Autor
França, Rosana de Figueiredo
Institución
Resumen
Ao longo da vida adulta, o peso dos indivíduos pode se alterar de formas
variadas. A história de peso que se estabelece nos indivíduos apresenta-se mais
frequentemente como aumento gradual de peso e como variação cíclica de peso,
também chamada de “ioiô”.
Muitos são os estudos que se propõem a investigar a posição socioeconômica
(PSE) em desfechos relacionados ao peso atual, porém é pouco conhecido o papel da
PSE pregressa sobre a trajetória do peso, que pode influenciar diferentemente desfechos
desfavoráveis à saúde.
Neste trabalho investigamos a associação entre história de peso e PSE pregressa
e atual de funcionários de uma universidade no Estado do Rio de Janeiro. Para tanto,
foram analisados dados seccionais de 1382 homens e 1586 mulheres participantes da
fase 1 (1999) do Estudo Pró-Saúde, representando 73,6% dos 4030 funcionários
elegíveis. Para aferir a história de peso foram utilizados gráficos assinalados pelos
respondentes em questionários auto-preenchíveis. A PSE atual foi aferida pela
escolaridade dos participantes e PSE pregressa pela escolaridade de seu pai e de sua
mãe. O modelo de regressão logística multinomial foi utilizado para testar as
associações, sendo as análises específicas por sexo, com ajuste múltiplo para idade,
cor/raça e paridade (mulheres). Foram estimados odds ratios (IC= 95%) para aumento
gradual e para variações cíclicas do peso, em comparação a peso mantido constante.
Diante dos resultados ficou demonstrado que existem diferenças entre homens e
mulheres nas associações entre PSE pregressa e atual e história de peso. Para as
mulheres, a escolaridade demonstrou associação inversa, com chances 66% maiores de
desenvolver peso cíclico (OR=1,66; IC=1,00-2,75), após o ajuste pela paridade,
principalmente para as de menor escolaridade. Para os homens, a PSE atual não mostrou
associação significativa com o peso cíclico, mesmo quando ajustada para idade, raça e
IMC aos 20 anos. As variáveis indicadoras de PSE pregressa associaram-se ao peso
cíclico, sendo a escolaridade do pai um fator de proteção para esta trajetória (OR=0,54;
IC=0,33-0,87) e a da mãe associada ao aumento da chance (OR=1,72; IC=1,04-2,85).
Nesta população o peso cíclico relatado mostrou-se associado à PSE, com
diferenças entre os gêneros na associação com os indicadores pregressos e atuais.