Dissertation
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP): análise da matriz normativo institucional e seus aspectos federativos
Fecha
2015Registro en:
CURY, Gloria Maria Mussa. Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP): análise da matriz normativo institucional e seus aspectos federativos. 2015. 177 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.
Autor
Cury, Gloria Maria Mussa
Institución
Resumen
Esse estudo analisou a matriz normativo institucional do Contrato Organizativo da Ação
Pública (COAP) no país e sua expressão neste espaço de governança, que inaugura
uma nova etapa a partir do Decreto 7508/2011 à fim de aumentar o aprimoramento das
relações interfederativas cooperativas e solidárias. A inserção do objeto deu-se ao COAP
ser considerado um dos eixos centrais do Ministério da Saúde sobre as políticas
públicas, sobretudo às intenções de favorecer políticas equitativas e de acesso universal
trazendo uma nova forma organizativa para o funcionamento do SUS, tendo como
sustentação o aspecto jurídico. Sendo assim torna-se imperativo inserir no debate a
análise do processo desenvolvido para sua implementação, a partir das organizações
centrais de saúde envolvidas. E ao Sistema Nacional de Auditoria (SNA) cabe verificar a
conformidade do gasto e da execução e qualidade das políticas públicas de saúde
previstas à fim de garantir o direito à saúde. A pesquisa teve também como pretensão,
deslindar as percepções e perspectivas dos atores relevantes ao processo de
implantação e/ou implementação do contrato referenciado, ainda que de forma suscinta,
traduzindo como foco principal seus aspectos facilitadores e limitantes. O percurso
metodológico mesclou distintas fontes e técnicas de coleta de dados como revisão
bibliográfica sistemática, análise das bases administrativas de dados pertinentes e
entrevistas orientadas por roteiro semi estruturado a atores centrais de reconhecida
contribuição no processo de desenvolvimento, implantação e articulação à adesão do
COAP. Estudos avaliativos têm evidenciado o impacto positivo na política de saúde
brasileira com o SUS, porém a cronicidade do (sub)financiamento, a gestão equivocada
sem o planejamento ascendente e regional compondo a governança caótica,
sobreposição de papéis e de responsabilidade, além da desqualificação de alguns
gestores relacionados à gestão participativa solidária e compartilhada, são fatores que
têm comprometido a consolidação do sistema público de saúde, seu funcionamento
sistêmico e integrado e aumentando ou, no mínimo não diminuindo o padrão de
iniquidade do Estado brasileiro. A autora concluiu que o Decreto 7508/2011 é mais uma
tentativa do Ministério da Saúde em introduzir métodos de contratos ou pactos de gestão
entre os entes federados, tendo como diferencial o instrumento jurídico com o peso
esperado do “cumpra-se”. Contudo, a integração sistêmica ainda é extremamente baixa
no Brasil (pouco mais de cinco por cento das regiões mapeadas no país).