Dissertation
A formação da estratégia nacional de educação financeira do governo brasileiro
Fecha
2013Registro en:
MARTINS, Ana Quitéria Nunes. A formação da estratégia nacional de educação financeira do governo brasileiro. 2013. 98 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013.
Autor
Martins, Ana Quitéria Nunes
Institución
Resumen
A crescente importância da educação financeira como objeto de política pública
é observada com o lançamento de estratégias nacionais (NS) em vários países
no início do século XXI. À frente desse processo está a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que conta com o apoio
técnico de sua Rede Internacional de Educação Financeira (INFE). Para
divulgação das NS, a OCDE promove, de um lado, conferências e simpósios
internacionais e, de outro, a troca de experiências por meio de estudos,
pesquisas e relatórios sobre as iniciativas na área. O envolvimento e a
dinâmica de participação da Organização são observados à luz do conceito de
comunidade epistêmica de Peter Haas. Algumas experiências internacionais
também são analisadas com o propósito de obter um referencial para o estudo
do caso brasileiro. Foram identificados alguns avanços pontuais como a
realização de audiências públicas durante a fase de elaboração da estratégia
nacional de educação financeira na Austrália e nos Estados Unidos. Além
disso, merece destaque a experiência irlandesa com a coordenação da ENEF a
cargo da Agência Nacional do Consumidor. A estratégia brasileira foi analisada
à luz do modelo dos fluxos múltiplos de John W. Kingdon. Nela, registram-se
alguns aspectos positivos. No entanto, a principal contribuição deste trabalho é
identificar a desigual correlação de forças na representação da sociedade civil
na política pública de educação financeira. A desigualdade decorre da
predominância de representantes do mercado financeiro no Comitê Nacional
de Educação Financeira (CONEF) e na coordenação dos trabalhos da ENEF
por meio de uma associação vinculada às instituições financeiras – a
Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF – Brasil). A ausência de
organizações civis de defesa do consumidor é uma lacuna presente nas
estratégias examinadas.