Dissertation
Caracterização clínica e molecular de pacientes com hipotireodismo congênito de Monte Santo-Bahia-Brasil
Fecha
2010Registro en:
OLIVEIRA, T. L.de Caracterização clínica e molecular de pacientes com hipotireodismo congênito de Monte Santo-Bahia-Brasil. 2010. 56 f.
Dissertação (Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2010.
Autor
Oliveira, Taíse Lima de
Institución
Resumen
O hipotireoidismo congênito (HC) é uma das doenças metabólicas mais comuns
na infância, com incidência de HC é de 1:3.000 a 1:5.000 nascidos-vivos. Quando primário, o
HC caracteriza-se por altos níveis de TSH podendo ser originado por disormonogênese,
deficiente produção hormonal ou decorre de disgenesia tireoidiana, defeito embriológico que
leva a agenesia, hemiagenesia ou ectopia. Na ausência do tratamento hormonal, o HC leva a
grave retardo mental, além de outras alterações clínicas. A interação do hormônio TSH com o
seu receptor (TSHR) tem importante função biológica estimulando o crescimento,
diferenciação e função tireoidiana. Mutações no gene do TSHR têm sido identificadas como
causa de HC hereditário ou congênito, mas parecem ser raras. Objetivos: 1) Obter genealogia
das famílias afetadas para determinação do padrão de herança, identificação de afetados e
possíveis portadores; 2) Descrever as características clínica-demográficas dos pacientes com
HC; 3) Determinar a distribuição mutacional no gene do receptor do hormônio estimulante da
tireoide (TSHR) nos afetados; 4) Sugerir ações de saúde pública e de otimização do
aconselhamento genético. Material e Métodos: Foram estudados 12 pacientes provenientes
de Monte Santo-BA, sendo oito diagnosticados pela triagem neonatal e quatro diagnosticados
tardiamente durante expedição à cidade. Estes últimos foram identificados durante a coleta
dos dados genealógicos das famílias dos afetados. Todos foram investigados para mutações
no gene do TSHR. Toda a região codificadora do gene foi amplificada através do DNA
genômico, seguido de SSCP e sequenciamento. Resultados: À época da primeira avaliação,
os pacientes apresentaram níveis elevados de TSH, confirmando o caráter primário da
doença, associados a sinais e sintomas do HC. Observou-se grande heterogeneidade clínica
entre os pacientes mesmo aqueles com grau de parentesco muito próximo. Nenhuma mutação
patogênica foi encontrada no gene TSHR. Conclusão: a análise das genealogias permitiu
observar a heterogeneidade clínica e genética da doença. Não foi encontrada nenhuma
mutação no gene TSHR. O estudo de outros genes poderá ajudar no esclarecimento do HC na
região.