Article
Associação longitudinal entre capital social e incapacidade funcional em uma coorte de idosos residentes em comunidade
Fecha
2022Registro en:
GONTIJO, Cristina Franco et al. Associação longitudinal entre capital social e incapacidade funcional em uma coorte de idosos residentes em comunidade. Cad Saude Publica, v. 38, v. 6, e00142021, 2022. doi: 10.1590/0102-311XPT142021.
0102-311X
Autor
Gontijo, Cristina Franco
Mambrini, Juliana Vaz de Melo
Firmo, Josélia Oliveira Araújo
Costa, Maria Fernanda Furtado Lima
Loyola Filho, Antônio Ignácio de
Institución
Resumen
O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre capital social e a incapacidade funcional, numa perspectiva longitudinal, utilizando dados da coorte de idosos de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. A linha de base do estudo foi composta por todos os idosos sobreviventes e livres de incapacidade no sétimo ano de seguimento (2004), acompanhados até 2011. A variável desfecho foi a incapacidade funcional para as ABVD (atividades básicas de vida diária) e AIVD (atividades instrumentais de vida diária), analisadas separadamente. A exposição de interesse foi o capital social, mensurado por meio de seus componentes cognitivo (coesão e suporte social) e estrutural (participação social e satisfação com a vizinhança). Variáveis sociodemográficas, de condições de saúde e de hábitos de vida foram utilizadas para efeitos de ajuste, e a ocorrência de óbito foi considerada evento competitivo. A hipótese de associação entre capital social e incapacidade funcional foi testada por meio do modelo de riscos competitivos, que fornece hazard ratios (HR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%). Após a análise multivariada, o capital social, em seu componente estrutural, esteve associado à incapacidade funcional. Idosos insatisfeitos com a vizinhança apresentaram risco maior de desenvolver incapacidade funcional para AIVD (HR = 2,36; IC95%: 1,31-4,24), em relação às suas contrapartes. Os resultados desse estudo sugerem que a incapacidade funcional está associada a outros aspectos que não somente da saúde, evidenciando a necessidade de desenvolver políticas e intervenções que abarquem aspectos ligados ao ambiente físico e social em que o idoso está inserido.