Thesis
Influência do antígeno solúvel de ovos de Schistosoma mansoni sobre a ativação e progressão do ciclo celular de linfócitos T de indivíduos infectados e não infectados por Schistosoma mansoni e/ou Necator americanus
Fecha
2007Registro en:
AZEVEDO, Ana Carolina Campi. Influência do antígeno solúvel de ovos de Schistosoma mansoni sobre a ativação e progressão do ciclo celular de linfócitos T de indivíduos infectados e não infectados por Schistosoma mansoni e/ou Necator americanus. 2007. 164 f. Tese (Doutorado em Ciências na área de concentração Biologia Celular e Molecular)-Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2007.
Autor
Azevedo, Ana Carolina Campi
Institución
Resumen
A infecção pelo S. mansoni é muito freqüente em regiões com condições precárias de saneamento básico, resultando em elevadas prevalências de esquistossomose nas populações entre 10 e 20 anos de idade. A patologia desta infecção é caracterizada pela formação de granulomas em torno dos ovos liberados pelos vermes adultos, no interior do sistema portahepático. Sabe-se que, os pacientes portadores da infecção crônica apresentam uma modulação da capacidade proliferativa em resposta ao antígeno solúvel de ovos de S. mansoni (SEA) e, este estado parece ser benéfico para o hospedeiro e tem sido considerada fundamental para o
equilíbrio hospedeiro-parasito. Em contrapartida, indivíduos não infectados residentes em área endêmica para esquistossomose apresentam uma elevada reatividade celular em resposta a estes
antígenos. Neste trabalho, comparamos a influência do SEA na progressão do ciclo celular de linfócitos T do sangue periférico de pacientes portadores de infecção crônica pelo S. mansoni
(XTO), de indivíduos não infectados residentes em área endêmica (NEG) e de indivíduos não infectados, porém não residentes em área endêmica, denominados por DS. Nossos resultados mostraram que pacientes XTO apresentam uma modulação da resposta ao SEA e, sugerem que
esta imunossupressão pode ser devido a participação das células T reguladoras, que secretam IL-10 em resposta ao SEA. A citocina IL-10 pode atuar inibindo a ativação celular de linfócitos T CD4+ e CD8+, por meio do bloqueio destas células nas fases G0/G1 do ciclo celular, promovendo a anergia nestas células. Este bloqueio da progressão do ciclo celular se dá por inibição da expressão da ciclina D1,2,3 nos linfócitos T. Por outro lado, nas culturas celulares dos indivíduos
NEG estimuladas com SEA, foram detectados níveis elevados de TNF-α, ativação celular dos linfócitos T CD4+ e CD8+ e um aumento da expressão da ciclina D1,2,3, promovendo a progressão através do ciclo celular em resposta ao SEA. Em áreas endêmicas, existe uma alta prevalência de ancilostomídeos co-infectando pacientes portadores de S. mansoni. Neste contexto, avaliamos também a influência da presença da co-infecção pelo N. americanus na resposta imunológica ao SEA de pacientes infectados por S. mansoni. Nossos resultados mostraram que tanto as PBMC de pacientes mono-infectados (MONO) quanto as de co-infectados (CO) apresentaram anergia celular em resposta ao SEA, sugerindo que a presença da infecção por N. americanus não
influencia na resposta imune ao SEA.