Thesis
Células derivadas da medula óssea no reparo de lesões causadas por infecções parasitárias em camundongos quiméricos
Fecha
2013Registro en:
AZEVEDO, C. M. Células derivadas da medula óssea no reparo de lesões causadas por infecções parasitárias em camundongos quiméricos. 2013. 96 f. il. Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2013.
Autor
Azevedo, Carine Machado
Institución
Resumen
A contribuição das células de medula óssea na regeneração de tecidos não hematopoiéticos
tem sido intensamente investigada desde a descoberta de células-tronco multipotentes neste
órgão. Estudos prévios tem demonstrado que células derivadas da medula óssea podem
contribuir para a formação de novos hepatócitos e cardiomiócitos. No presente estudo
avaliamos a participação endógena das células-tronco de medula óssea no processo de reparo
de lesões teciduais na fase crônica da doença de Chagas e esquistossomose
experimentalmente induzidas. Para isso, camundongos quiméricos de medula óssea foram
gerados após irradiação com dose letal e posterior reconstituição com células de medula óssea
provenientes de camundongos transgênicos para a proteína fluorescente verde (GFP). Um mês
após a reconstituição, as quimeras foram infectadas pelo T. cruzi ou S. mansoni. Animais
quiméricos saudáveis foram mantidos como controles. Camundongos foram eutanasiados em
diferentes períodos para análise morfológica, morfométrica e de marcadores específicos
através de imunofluorescência do coração e músculo esquelético ou fígado de acordo com o
grupo. As infecções por S. mansoni e T. cruzi causaram a mobilização de diferentes
populações celulares para o sangue periférico, tais como monócitos, células-tronco
hematopoiéticas e mesenquimais e progenitores endoteliais. Nos dois modelos estudados,
observamos um aumento no número de células GFP+ após estímulo lesivo nos tecidos
analisados. No modelo de doença de Chagas, há um aumento da expressão de MCP-1, 2 e 3 e
SDF-1 no coração e músculo esquelético em comparação com animais não infectados, o que
pode contribuir para o recrutamento destas células. As células GFP+ contribuem tanto para a
formação da lesão, compondo o infiltrado inflamatório, como para a regeneração tecidual
através da formação de miofibras, cardiomiócitos, hepatócitos e vasos sanguíneos. As poucas
células GFP+ encontradas nos tecidos de camundongos quimeras normais não possuíam
morfologia de células parenquimatosas. Concluímos que a medula óssea pode contribuir para
a regeneração dos tecidos lesados através de células-tronco ou progenitores que originam
células dos músculos cardíaco e esquelético, hepatócitos e vasos sangüíneos.