Dissertation
Evidência sorológica e molecular de Hantavírus em Pacientes com Síndrome Febril Agudo atendido no Centro de Saúde Polana Caniço durante o período de 2012-2014
Fecha
2017Registro en:
CHAU, Ramalho Maximiano. Evidência Sorológica e Molecular de Hantavirus em Pacientes com Síndrome Febril Agudo atendido no Centro de Saúde Polana Caniço durante o período de 2012-2014. 2017. 56 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Maputo, 2017.
Autor
Chau, Ramalho Maximiano
Institución
Resumen
Hantavírus são vírus RNA pertencentes à família Bunyaviridae transmitidos por roedores silvestres de diferentes espécies. Em humanos, os hantavírus estão associados a duas síndromes clínicas: a febre hemorrágica com síndrome renal, descrita na Europa, África e Ásia e a síndrome pulmonar por hantavírus (SPH) também reconhecida como a síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH), doença emergente com descrição crescente de casos no continente americano.Na África subsaariana, a ocorrência de hantavírus é pouco estudada e a sua implicação clínica é desconhecida. O estudo teve como objectivo determinar a ocorrência de infecção por hantavírus em pacientes febris atendidos em consulta ambulatória em um centro de atenção primária, localizada em uma área suburbana da cidade de Maputo, em Moçambique. Um total de 200 pacientes febris com idade> 5 anos foram recrutados entre Fevereiro de 2012 e Outubro de 2014. De cada paciente, uma amostra de sangue foi colectada na fase aguda e convalescente para análise serológica utilizando proteína recombinante Andes Anticorpos anti-hantavírus IgM e IgG foram detectados em 4 (2,0%) dos pacientes incluídos no estudo e todas as amostras IgM reactivas submetidas à RT-PCR foram negativas. O contacto com roedores foi maior entre os participantes IgM positivos (50,0%, 2/4 vs 15,3%, 30/196). Os doentes com IgM positivos apresentaram níveis significativamente mais elevados de creatinina e ALT e níveis significativamente mais baixos de contagem de plaquetas. Os achados deste estudo, além de sugerir, pela primeira vez, que casos febris agudos em Moçambique possam estar sendo causados por hantavírus, demonstram a necessidade de estudos adicionais que possam esclarecer o real impacto da hantavirose como importante problema de saúde pública no país, onde o tratamento de toda síndrome febril aguda é rotineiramente tratado como malária, mesmo quando o esfregaço sanguíneo se apresenta negativo.