Mortalidade materna em Pernambuco: uma revisão de literatura

Abstract

O estudo teve como objetivo analisar a produção científica sobre óbitos maternos em Pernambuco, no período de 1988 a 2009, bem como, identificar a razão de mortalidade materna (RMM) correspondente e avaliar os programas, ações e pactuações a nível estadual, voltados para o combate à redução de mortalidade materna no período da pesquisa. Foi realizado um levantamento bibliográfico acerca do comportamento da mortalidade materna em Pernambuco utilizando as bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), monografias e artigos catalogados nos três mais antigos cursos de Enfermagem do Estado localizados na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG) e Fundação de Ensino Superior de Olinda (FUNESO). Foram utilizadas também, informações contidas no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações dos Nascidos Vivos (SINASC). O estudo revelou que a Razão de Mortalidade Materna (RMM) em Pernambuco apresentou uma ascendência nos anos de 1996 a 1998, onde o ano de maior RMM no Estado pode ser considerado como um ponto positivo, uma vez que até 1995 aconteciam em elevados números, porém não eram registrados e, muito menos, investigados. Foi identificado um número elevado de subinformação e subregistro das mortes de mulheres em idade de 10 a 49 anos, predominância de óbitos no puerpério precoce e aumentados índices de morte materna por causas evitáveis com predominância da morbimortalidade nos casos de síndromes hipertensivas, hemorragias, infecções puerperais e complicações do aborto. O estudo permitiu identificar que, a Mortalidade Materna ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil e em Pernambuco, que pouco se pesquisou sobre esse tema no estado, nos últimos 20 anos, que a RMM é um índice relevante na avaliação da qualidade dos serviços de saúde voltados para o atendimento à mulher no ciclo gravídico-puerperal e das condições socioeconômicas de uma determinada região e que o grande desafio atual na luta pela redução de mortalidade materna é consolidar os programas, portarias e pactos, Estaduais e Federais, em todas as regiões de Pernambuco, bem como, garantir melhora de financiamento para fortalecimento da equipes de vigilância em saúde