Tese de doutorado
Características clínicas e fatores de risco para mortalidade em pacientes sépticos internados em terapia intensiva de hospitais públicos e privados brasileiros
Fecha
2010Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2010. 103 p.
epm-3031214575264.pdf
Autor
Conde, Katia Aparecida Pessoa [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar as caracteristicas clinicas e fatores de risco para mortalidade em pacientes septicos internados em terapia intensiva de hospitais publicos e privados. Metodos: Foram incluidos os pacientes pertencentes ao estudo COSTS, com diagnostico de sepse grave ou choque septico, admitidos em unidades de terapia intensiva de hospitais publicos e privados. A coleta de dados foi feita atraves do banco de dados original desse estudo, coleta prospectiva, e pela analise retrospectiva do prontuario, onde foi avaliada a aderencia as diretrizes de tratamento e determinado o tempo de disfuncao organica. Esse foi definido como o tempo decorrido entre a instalacao da primeira disfuncao e o momento do seu diagnostico. A analise estatistica foi realizada com o auxilio dos programas EPI-INFO, versao (TM) 3.4.1, CDC e WHO, 2000, GraphPad Prism® 5 for Windows u versao 5.0 - 2007 e SPSS 17.0 package for windows. Resultados: Os pacientes de hospitais publicos apresentaram-se com menor mediana de idade, menor frequencia de comorbidades e de choque septico, maior escore SOFA no momento do diagnostico, maior numero de disfuncoes organicas, maior frequencia de foco abdominal e maior mortalidade. Esses pacientes tiveram maior tempo entre a disfuncao e o diagnostico, com menor frequencia de pacientes com diagnostico em 1 hora. No tocante a tratamento, apresentaram menor tempo para administracao de antibioticos, com maior aderencia a esse indicador. Em contrapartida, a aderencia para coleta de lactato, hemoculturas, otimizacao de PVC e controle glicemico foi menor do que a dos hospitais privados. Na regressao logistica restaram no modelo idade, presenca de choque septico e foco intrabdominal, numero de disfuncoes, mortalidade hospitalar, diagnostico em ate 1 hora, aderencia a coleta de lactato e controle glicemico. Os fatores de risco relacionados a mortalidade da populacao global foram, na analise multivariada, idade, escore APACHE II, escore SOFA do diagnostico, infeccao hospitalar, hospitais publicos e controle glicemico. Foram analisados os fatores de risco em cada um dos perfis de hospital. Nos hospitais publicos associaram-se a mortalidade a idade, escore APACHE II, disfuncao hematologica e diagnostico em mais do que 1 hora. Ja nos hospitais privados, permaneceram no modelo logistico a idade, escore SOFA e controle glicemico. Conclusao: Hospitais privados apresentam-se com pacientes mais graves, no tocante a idade, comorbidades e presenca de choque septico. Entretanto, os pacientes de hospitais publicos, talvez pelo significativo aumento do tempo de disfuncao, apresentam-se, no diagnostico, com maior numero de disfuncoes organicas. A mortalidade foi maior nos hospitais publicos. Os fatores de risco em ambas as instituicoes sao aqueles classicamente relacionados a mortalidade por sepse. Entretanto, o tempo de disfuncao organica constituiu fator de risco para mortalidade apenas nos hospitais publicos.