Análise quantitativa da deformação miocárdica (strain) por ressonância magnética cardíaca em pacientes tratados com antraciclinas e transplantados renais

Abstract

Objetivos: Determinar se as taxas de deformação diastólica do ventrículo esquerdo (VE) medidas por ressonância magnética cardíaca feature-tracking (RMC-FT) estão reduzidas em adultos sobreviventes de linfoma não Hodgkin e analisar associações com a dose acumulada de antraciclinas, parâmetros de função sistólica e características do tecido miocárdico; analisar alterações da deformação global longitudinal (SGL) do VE medida por RMC-FT após o transplante renal e estudar associações entre o SGL, remodelamento reverso e características do tecido miocárdico. Métodos e Resultados: para testar cada um dos objetivos foram realizados estudos que resultaram em dois artigos científicos. O primeiro, “Characterization of subclinical diastolic dysfunction by cardiac magnetic resonance feature-tracking in adult survivors of non- Hodgkin lymphoma treated with anthracyclines”, foi publicado na revista BMC Cardiovascular Disorders em abril de 2021 e o segundo, “Feature-tracking cardiac magnetic resonance left ventricular global longitudinal strain improves 6 months after kidney transplantation associated with reverse remodeling, not myocardial tissue characteristics”, foi publicado na revista The International Journal of Cardiovascular Imaging em maio de 2021. Conclusões: A taxa de deformação diastólica inicial (SRGD-E) do VE medida por RMC-FT está reduzida tardiamente após a quimioterapia com antraciclinas em adultos sobreviventes de linfoma não Hodgkin. A redução do SRGD-E foi associada à maior dose acumulada de antraciclina e à redução de parâmetros da função sistólica. Não houve correlação entre o SRGD-E e as características do tecido miocárdico; o SGL do VE medido por RMC-FT aumenta 6 meses após o transplante renal, associado ao remodelamento reverso, não às características do tecido miocárdico.

Objectives: To determine whether left ventricular (LV) diastolic strain rates measured by cardiac magnetic resonance feature tracking (CMR-FT) are impaired in long-term adult survivors of non-Hodgkin lymphoma (NHL) and to analyze associations with cumulative anthracycline dose, systolic function parameters and myocardial tissue characteristics; To analyze changes in LV global longitudinal strain (GLS) measured by CMR-FT after kidney transplantation and to study associations between LV GLS, reverse remodeling and myocardial tissue characteristics. Methods and Results: To test each of the objectives we conducted studies which resulted in two scientific articles. The first one, “Characterization of subclinical diastolic dysfunction by cardiac magnetic resonance feature-tracking in adult survivors of non-Hodgkin lymphoma treated with anthracyclines” published in BMC Cardiovascular Disorders in April 2021 and the second one, “Feature-tracking cardiac magnetic resonance left ventricular global longitudinal strain improves 6 months after kidney transplantation associated with reverse remodeling, not myocardial tissue characteristics” published in The International Journal of Cardiovascular Imaging in May 2021. Conclusions: LV early diastolic strain rates (GDSR-E) by CMR-FT are impaired late after anthracycline chemotherapy in adult survivors of NHL. Impaired GDSR-E were associated with cumulative anthracycline dose and systolic function parameters. There were no correlations be- tween GDSR-E and myocardial tissue characteristics; LV GLS measured by FT-CMR improves 6 months after KT in association with reverse remodeling, not myocardial tissue characteristics.