Trabalho de conclusão de curso
A viagem de Theodoro Sampaio ao rio São Francisco: questões do Império às margens do “mediterraneo brasileiro” (1879-1880)
Fecha
2014Registro en:
FRANCO, Misael Carlos. A viagem de Theodoro Sampaio ao rio São Francisco: questões do Império às margens do “mediterraneo brasileiro” (1879-1880). Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em História) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2014.
Misael_Carlos_Franco.pdf
Autor
Franco, Misael Carlos [UNIFESP]
Institución
Resumen
The purpose of this research is to analyze the reports of Theodoro Sampaio in his work “O Rio de S. Francisco e a Chapada Diamantina – trechos de um diario de viagem”, published in 1906. Sao Francisco river runs through a region, considered by the Brazilian Empire as one of vital importance to its development and so, it was a scenery in which issues of several orders could be found, be that: political, economic, racial and of identity. Theodoro Sampaio experienced those issues when he went to the region in 31 of July of 1879 as a member of the Empire Hidraulic Commission. This Commission had the purpose of studying the Brazilian ports and the navigation of the great rivers that disembogued in the oriental cost. Being a second-class engineer, the task of Theodoro Sampaio consisted in studies and notes of technical quality related to the navigability of São Francisco river. However the study of the work showed that, beyond the engineering technical quality of it, Theodoro Sampaio related aspects of nature and strove to the political, economic, social, and racial issues found in the border of this great river. As an intellectual coming from a context where the practical and the scientific production had as a reference an analytical model with origin in Europe, and especially, as a man of its time, Theodoro Sampaio, reflected about the issues observed there, framing them in concepts and ideas taken from this model, notably the racial issue. Este trabalho tem como objetivo analisar os relatos de Theodoro Sampaio na obra O Rio de S. Francisco e a Chapada Diamantina– trechos de um diário de viagem, publicada em 1906.A região banhada pelo rio São Francisco, um dos espaços considerado pelo Império do Brasil como sendo vital para seu desenvolvimento, foi cenário onde diversas questões importantes podiam ser encontradas: questões políticas, econômicas, raciais e identitárias. Theodoro Sampaio vivenciou essas questões ao se dirigir para a região em 31 de julho de 1879 como membro da Comissão Hidráulica do Império. Aquela Comissão tinha como finalidade estudar os portos brasileiros e a navegação dos grandes rios que desaguavam na costa oriental. Como engenheiro de segunda classe, a tarefa de Theodoro Sampaio consistia em estudos e apontamentos de cunho técnicos relacionados à navegabilidade do rio São Francisco. Mas a leitura da obra mostrou que, para além da parte técnica de engenharia, Theodoro Sampaio relatou aspectos da natureza e atentou para questões de ordem política, econômica, social, racial e identitárias, encontradas às margens do grande rio. Como intelectual resultante de um contexto onde a prática e a produção científica tinham como referência modelo analítico com origem na Europa, sobretudo, Theodoro Sampaio, como um homem de seu tempo, refletiu sobre as questões ali observadas enquadrando-as nos conceitos e ideias advindos desse modelo, notadamente a questão racial.