Avisi lá que embranqueceram o axé: observações sobre o apagamento de cantoras negras de música afropop baiana (axé music) nas décadas de 1990 até 2005.

Abstract

Pretende-se com esse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) fazer algumas reflexões sobre o suposto embranquecimento da música afropop brasileira, no contexto Salvador, axé music (gênero consolidado no Brasil na década de 90 e seguintes) e mulheres, ou seja, cantoras. Muito tem se discutido sobre o tema em diversos trabalhos no País, tendo como ponto de partida a questão racial da música afropop brasileira. Dentre as discussões a apropriação cultural por parte de pessoas brancas parece ser o tema mais forte. Tal apropriação não se dá somente de forma natural, mas também com uma grande ajuda do mercado. Busca-se trabalhar à partir da música de matriz africana que se transformou no que conhecemos como axé music, em que pese as diversas estéticas que se incorporaram ao ritmo que, contudo, possui a sua base/essência nas claves de matriz africana. O que se quer entender é o motivo do suposto apagamento ou de relegação de protagonismo de sujeitos negros, ou melhor, de sujeitas, pois a linha de pesquisa gira em torno de cantoras negras que tiveram protagonismo nas décadas de 80/90/2000, as quais revelaram esse movimento advindo por meio dos terreiros de candomblé e blocos afro, na cidade de Salvador.