Sobrecarga materna: um olhar para as cuidadoras das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo central compreender como as demandas da maternidade atípica afetam a vida da mulher-mãe-cuidadora em sua totalidade. Compreende-se que exercer a maternidade atípica requer da mulher cumprir com demandas muito específicas e a insuficiência de serviços de atenção em saúde especializada para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), somada à ausência de políticas que pensem na saúde do cuidador são influências diretas para a sobrecarga da mulher. Para tal, utilizou-se a pesquisa documental e bibliográfica, analisando como a maternidade conformou-se na sociabilidade capitalista, racista e heteropatriarcal. Definiu-se o Transtorno do Espectro Autista, descrevendo suas principais características e demandas de cuidado. Por fim, investigou-se a realidade de mulheres-mães atípicas, pontuando os elementos que corroboram para a sobrecarga de trabalho e emocional. Para tal, foram analisados perfis em redes sociais de criadoras de conteúdo, mulheres-mães atípicas, que utilizam as plataformas para narrar suas histórias de vida e cotidiano. Concluiu-se que a maternidade atípica afeta a vida da mulher em todos os aspectos, e o compartilhamento de suas realidades através de postagens é um movimento que gera grande interação de outras mulheres que vivem na mesma condição. Esse espaço possibilita a criação de uma rede de apoio alternativa, gerando alívio emocional pelo desabafo e identificação por encontrar sujeitas que vivem a mesma realidade.