Reconstrução mamária após diagnóstico de câncer: fisioterapia e complicações

Abstract

O câncer de mama tem altos índices de mortalidade e morbidade, representando assim um problema de saúde pública em todo o mundo. Mesmo com o avanço das técnicas de reconstrução mamária imediata após mastectomia, existem complicações que podem impactar na funcionalidade e na qualidade de vida dessas mulheres. Objetivo: verificar as características físico-funcionais, as complicações e a abordagem fisioterapêutica, entre o 4º-6º mês de pós-operatório, de mulheres que foram submetidas à mastectomia com reconstrução mamária imediata, após diagnóstico de câncer. Métodos: estudo descritivo com sete mulheres assistidas pelo Instituto Neo Mama de Combate ao Câncer, no município de Santos-SP, no ano de 2019. As informações clínicas, sociodemográficas, assim como as complicações e abordagem da fisioterapia no pós-operatório foram coletadas através da Ficha de Avaliação Fisioterapêutica. Para a verificação da funcionalidade de membro superior utilizou-se o Questionário Quick DASH. Resultados: todas as mulheres relataram pelo menos uma complicação no momento da avaliação. Seis delas referiram alterações de sensibilidade, quatro relataram sensação de inchaço/peso (mama, membro superior e/ou tronco lateral) e três apresentaram contratura de prótese. Apenas uma participante referiu dor severa em ombro. Para a funcionalidade a média do score do Quick DASH foi de 18,86 (DP±20,26). Durante o período de internação hospitalar não houve atendimento fisioterapêutico para nenhuma das voluntárias do estudo. No momento da alta hospitalar, quatro voluntárias receberam orientações e cuidados pós-operatórios de seu próprio médico e uma não recebeu nenhum tipo de orientação. No momento da avaliação duas mulheres estavam em acompanhamento fisioterapêutico. Conclusão: verificou-se que complicações como, alteração de sensibilidade, sensação de inchaço e contratura de prótese, estão presentes no pós-operatório tardio de reconstrução mamária. A funcionalidade não se mostrou comprometida e a abordagem fisioterapêutica durante o período de internação hospitalar não aconteceu.

Breast cancer has high mortality and morbidity rates, which is a public health concern worldwide. Even with the advancement of immediate breast reconstruction techniques in women undergoing mastectomy, complications can exist that affect the function and quality of life of these women. Objective: verify the physical-functional characteristics and physiotherapy approach, between the 4th and 6th months after surgery, of women who underwent mastectomy with immediate breast reconstruction, after a diagnosis of cancer. Methods: Descriptive study with seven women assisted by the Neo Mama Institute for Combating Cancer, municipality of Santos-SP, in 2019. Clinical, sociodemographic, and physiotherapy approach information during the postoperative period was collected through the Physiotherapy Assessment Form. To verify the functionality of the upper limb, the Quick DASH Questionnaire was used. Results: For postoperative complications, six women had sensory alterations, four reported a sensation of swelling (breast, upper limb, and/or lateral trunk), and three had prosthetic contracture. Only one participant reported severe pain. For functionality, the average Quick DASH score was 18.86 (SD±20.26). While in hospital, none of the study volunteers received physiotherapy. At the time of hospital discharge, four volunteers received guidance and postoperative care from their physician and one did not receive any type of advice. Between the 4th and 6th months after surgery, two women underwent physiotherapy. Conclusion: It has been found that complications such as changes in the sensitivity, swelling, and contracture of the prosthesis are present in the postoperative period. Functionality was not compromised and the physiotherapy approach while in the hospital did not occur.