Projetos para o espaço e lugares para o de senvolvimento: aspectos da cultura escolar no Ginásio de Guarulhos (1961 a 1971)

Abstract

This research aims to reveal, from changes of a scholar space, the Ginásio de Guarulhos, between the years 1961 and 1971, any adaptations, revealingly of habits and postures changes, as like traditions and remains, through typical appropriations of the scholar culture, that influenced in the using and also in modifications on the referred space. Born from a São Paulo's state government policy, that sought for the "backwardness overcoming" at the paulista interior. The building, starting point of this reflection, designed by João Batista Vilanova Artigas, one of the main names in the paulista architecture, showed innovative proposals for the epoch, due to his architectural choices, like don't putting walls and using one-piece glasses in the classrooms, and other unusual features to the teaching spaces on that moment. With the school's working, and consequently the people's circulation, some interventions of material order, as like implantations of rules to the public space, were established. The spacial appropriation made by the school's users of the time reveal reframings, where the school becomes a place of many meanings, shown on the ways this were represented. To think about these appropriations were used scholar documents, images from the epoch, interviews, school shapes and texts from Artigas. The theoretical basement were the reflections proposed by, among others, Viñao Frago and Agustin Escolano, whose study the scholar culture and scholar architecture.

Este trabalho procura revelar a partir de alterações de um espaço escolar, o Ginásio de Guarulhos entre os anos de 1961 e 1971, adaptações de toda ordem , reveladoras de mudanças de hábitos e posturas, bem como de tradições e permanências, através de apropriações típicas da cultura escolar, que influenciaram nos usos e também em modificações do referido espaço. Fruto de uma política do governo do estado de São Paulo da época, que buscava a “superação do atraso” no interior paulista. A edificação, ponto de partida desta reflexão, projetada por João Batista Vilanova Artigas, um dos principais nomes da arquitetura paulista, apresentava propostas inovadoras para a época, dadas suas escolhas arquitetônicas, como não colocar muros e utilizar vidros inteiriços nas salas de aula, entre outras características incomuns aos espaços de ensino daquele momento. Com o funcionamento da escola e, consequentemente, a circulação de pessoas, uma série de intervenções de ordem material, bem como a implantação de regras para o uso do espaço, foram estabelecidas. As apropriações do espaço realizadas pelos usuários da escola no período revelam ressignificações, tornando a escola um “lugar” de muitos significados, que se mostram nos modos como esta foi representada. Para tratar das apropriações realizadas foram utilizados documentos escolares, imagens da época, entrevistas, plantas da escola, além de textos da autoria de Artigas. O embasamento teórico consistiu nas reflexões propostas por, entre outros, Viñao Frago e Agústin Escolano, que abordam cultura escolar e arquitetura escolar.