Tese de doutorado
Efetividade do método pilates no tratamento de mulheres com fibromialgia
Fecha
2021Autor
Cazotti, Luciana De Araujo [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introduction: Fibromyalgia (FM) is defined as a chronic syndrome characterized by diffuse musculoskeletal pain and several symptoms that reflect on the functional capacity and quality of life of the affected patients. Different types of exercises are recommended in the treatment of FM. Pilates is a method of physical conditioning that has been frequently used in rehabilitation programs, due to the benefits perceived in musculoskeletal disorders, as well as in other conditions. Purpose: To evaluate the effectiveness of Pilates method in pain release, quality of life related to the disease, depressive symptoms, quality of life in general, functional capacity, kinesiophobia, catastrophizing, treatment satisfaction and reduction in the use of medication by women presenting FM. Material and Methods: Sixty six female patients diagnosed with FM were included, aging 18 to 65, presenting pain between 3 to 8 in Pain Numerical Scale – PNS. Patients with inflammatory rheumatic diseases, neurological diseases, in psychiatric treatments, or the ones who have started or changed physical activities or medication in the last three months, patients with non-controlled cardiorespiratory and cardiovascular diseases or any condition that could limit the exercising practice, with non-controlled mellitus diabetes and other musculoskeletal diseases that could prevent the usage of this method, were not included. The patients were be randomized through a randomization board created electronically in two groups: Pilates and Control. The Pilates group (PG) had Pilates sessions three times a week for 12 weeks. The Control patients (CG) used a treadmill three times a week for 12 weeks for 50 minutes each session. Both groups were instructed to use paracetamol 750 mg each 8 hours in case of pain, but the use was controlled. Evaluation instruments: Both groups were evaluated for pain: PNS – Pain Numerical Scale to evaluate the pain; FIQ – Fibromyalgia Impact Questionnaire,to evaluate the quality of life related to health; BDI -Beck Depression Inventory – to evaluate the psychological state of mind, SF-36 to evaluate the quality of life in general, a 6-minute walking test (TC6) to evaluate the functional capacity, kinesiophobia scale (Tampa) to evaluate the fear of movement and FABQ - Fear Avoidance Beliefs Questionnaire, to evaluate catastrophizing. The Likert scale was used to evaluate the patient satisfaction towards the treatment. The evaluations were performed by blinded assessor for the patient allocation immediately before randomization (T0), 45 days (T45), 90 days (T90) and 180 (T180) days after the initiation of the study. Results: 34 patients were randomized for the GP and 32 for the CG. In the comparison between groups over time, we found statistical differences for: pain (p<0,001), disease-related quality of life (p<0,001), psychological status (p=0,026), some domains of SF-36 (pain (p=0,014), general health status (p<0,044), kinesiophobia scale (p<0,001), reduction in analgesic consumption (p=0,042) and on the Likert scale (p=0,003). Conclusion: We can conclude that the Pilates method is effective in the treatment of women with FM, presenting pain improvement, quality of life related to the disease, depressive symptoms, the SF-36 (pain, general health) domains, the kinesiophobia scale, analgesic consumption reduction and satisfaction with treatment with better results when compared to walking. Introdução: A fibromialgia (FM) é definida como uma síndrome crônica caracterizada por dor musculoesquelética difusa e vários sintomas que refletem na capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes acometidos. Diferentes tipos de exercícios são recomendados no tratamento da FM. O Pilates é um método de condicionamento físico que tem sido frequentemente utilizado em programas de reabilitação, devido aos benefícios percebidos em distúrbios musculoesqueléticos, bem como em outras condições. Objetivo: Avaliar a efetividade do método Pilates na melhora da dor, qualidade de vida relacionada à doença, sintomas depressivos, qualidade de vida geral, capacidade funcional, cinesiofobia, catastrofização, satisfação ao tratamento e redução do consumo de medicação em mulheres com FM. Material e Métodos: Estudo controlado e randomizado com avaliador cego. Foram incluídos 66 pacientes do sexo feminino, com diagnóstico de FM, idade de 18 a 65 anos, apresentando dor entre 3 e 8 cm na escala numérica de dor (END). Pacientes com doenças reumáticas inflamatórias, doenças neurológicas, em tratamento psiquiátricos, ou aqueles que iniciaram ou mudaram atividades físicas ou medicações nos últimos três meses, pacientes com doenças cardiorrespiratórias ou cardiovasculares não controladas ou qualquer outra condição que poderia limitar a prática de exercícios, com diabetes Melittus não controlada e outras doenças musculoesqueléticas que poderiam impedir o uso deste método, não foram incluídas. Os pacientes foram randomizados através de uma tábua de randomização gerada eletronicamente em dois grupos: Pilates e controle. O grupo Pilates (GP) realizou sessões de Pilates três vezes por semana, durante 12 semanas. O grupo controle (GC) realizou caminhada na esteira três vezes por semana durante 12 semanas com duração de 50 minutos cada sessão de treinamento. Ambos os grupos foram instruídos a utilizar paracetamol 750 mg a cada oito horas em caso de dor e o consumo do medicamento foi controlado. Instrumentos de avaliação: Os dois grupos foram avaliados para: dor (END – Escala Numérica de Dor), qualidade de vida relacionada à saúde (FIQ – Fibromyalgia Impact Questionnaire), sintomas depressivos (BDI - Beck Depression Inventory), qualidade de vida geral (SF-36), capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos - TC6), cinesiofobia (Tampa) e a catastrofização (FABQ - Fear Avoidance Beliefs Questionnaire). Foi utilizada a escala de Likert para avaliar a satisfação do paciente com o tratamento. As avaliações foram realizadas por um avaliador cego imediatamente antes da randomização (T0), 45 dias (T45), 90 dias (T90) e 180 (T180) dias após o início do programa. Resultados: Foram randomizadas 34 pacientes para o GP e 32 para o GC. Na comparação entre os grupos ao longo do tempo, encontramos diferenças estatísticas com melhores resultados para o grupo GP na dor (p<0,001), qualidade de vida relacionada à doença (p<0,001), sintomas depressivos (p=0,026), alguns domínios do SF-36, dor (p=0,014) e estado geral de saúde (p<0,044), escala de cinesiofobia (p<0,001), redução do consumo de analgésico (p=0,042) e na escala Likert (p=0,003). Conclusão: Podemos concluir que o método Pilates é efetivo no tratamento de mulheres com FM apresentando melhora da dor, qualidade de vida relacionada à doença, sintomas depressivos, nos domínios do SF-36 (dor estado geral da saúde), na escala de cinesiofobia, redução do consumo de analgésico e na satisfação ao tratamento com melhores resultados quando comprado à caminhada.