Brasil
| Artigo de Periódico
Revisitando o campo: autocrítica de uma antropóloga feminista
Fecha
2014Registro en:
Sardenberg, Cecilia, ‘Revisitando o campo: autocrítica de uma antropóloga feminista. Revista Mora. Universidad de Buenos Ayres, v.20, p.137-166, 2014.
1853-001X
n. 20
Autor
Sardenberg, Cecilia M.B.
Sardenberg, Cecilia M.B.
Institución
Resumen
Refletir sobre os desafios postos para a produção de conhecimento na perspectiva da Antropologia Feminista, a partir de um
exercício de autocrítica. Em especial, proponho-me a revisitar minhas diferentes
vivências e experiências no trabalho de campo, ao longo dos meus quase 40 anos
como autodenominada antropóloga feminista, agora, é claro, com um novo olhar –o
da maturidade–. Para tanto, apoio-me nos princípios das epistemologias feministas
perspectivistas, procurando identificar e analisar de que forma e em que medida as
intersecções de gênero, raça, etnia, classe, geração e sexualidade, dentre outras, dentro
dos contextos etnográficos distintos no tempo e no espaço em que atuei, demarcaram
minha posicionalidade e persona no campo, promovendo –ou delimitando– meus
encontros (ou desencontros) com meus interlocutores e interlocutoras na produção
de um conhecimento que se quer antropológico e feminista. Neste exercício, revisito,
assim, três momentos da minha trajetória: a) trabalhando na década de 1970 como
assistente numa pesquisa com comunidades de origem portuguesa na região da Nova
Inglaterra, nos Estados Unidos da América; b) atuando, nos anos 1980, como documentadora
em um projeto voltado para jovens da periferia de Salvador, Bahia; e c)
desenvolvendo pesquisa de campo nos anos 1990 com antigas operárias e operários da
indústria têxtil baiana num contexto de trabalho engajado. Por fim, com base nessas
reflexões autocríticas, procuro destacar alguns pontos que considero centrais para se
pensar a construção de uma etnografia feminista na contemporaneidade.