Artigo de Periódico
A história de inversão do aulacógeno do Paramirim contada pela sinclinal de Ituaçu, extremo sul da Chapada Diamantina (BA)
Fecha
2007Registro en:
CRUZ, Simone Cerqueira Pereira, ALKMIM, Fernando Flecha. A história de inversão do aulacógeno do Paramirim contada pela sinclinal de Ituaçu, extremo sul da Chapada Diamantina (BA). Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 37, n.4, 2007. Suplemento.
0375-7536
v.37, n.4
Autor
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
Alkmim, Fernando Flecha
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
Alkmim, Fernando Flecha
Institución
Resumen
Resumo O Aulacógeno do Paramirim, localizado na porção nordeste do Cráton do São Francisco, é um rifte
parcialmente invertido e representa o sítio deposicional das duas maiores unidades de cobertura, os supergrupos
Espinhaço e São Francisco, de idades paleo/mesoproterozóica e neoproterozóica, respectivamente. A inversão
do aulacógeno resultou em um sistema de falhas e dobras com trend NNW-SSE que domina o cenário estrutural
regional. A idade da inversão e seu mecanismo vêm persistindo ao longo dos anos como matéria de debate na
literatura geológica brasileira. Localizada no extremo sul do Aulacógeno, a sinclinal de Ituaçu é uma depressão
sinformal que pertence ao conjunto de estruturas de inversão dominantes. Repousando sobre o embasamento, a
sinclinal de Ituaçu envolve todas as unidades sedimentares proterozóicas de preenchimento do aulacógeno. Por
causa disso, a sinclinal de Ituaçu pode ser vista como uma miniatura do Aulacógeno do Paramirim, representando um laboratório natural para a análise das estruturas de inversão e teste de hipóteses relativas à sua evolução
tectônica. A investigação estrutural detalhada baseada em dados de campo permitiu documentar duas famílias
de estruturas relacionadas com essa inversão. A família mais antiga, Da, marca o descolamento entre a cobertura
e o substrato cristalino, sendo constituída por falhas e dobras que mostram uma orientação geral segundo WSWENE e vergência dirigida para NNE. A família mais jovem, D
p
, compreende um rico e diversifcado acervo de
estruturas com trend NNW-SSE, vergência para ENE. Está representado por falhas e dobras que estruturam a
sinclinal e que foram desenvolvidas inicialmente acima e no limite entre o substrato cristalino e a cobertura,
seguido por envolvimento do embasamento na deformação. Ambas as famílias de estruturas afetam os carbonatos da Formação Salitre, a mais jovem unidade de preenchimento do aulacógeno, indicando assim uma idade
máxima neoproterozóica para a inversão da porção sul do Aulacógeno do Paramirim. As estruturas Da foram
interpretadas como uma conseqüência da migração do front de deformação brasiliana para norte, em direção ao
aulacógeno, da mesma forma como documentada em muitas outras áreas próximas à borda sudeste do Cráton
do São Francisco. As estruturas D
p
refletem o fechamento frontal do aulacógeno, em função a um encurtamento
geral WSW-ENE, que foi provavelmente induzida pelas colisões durante a colagem Brasiliana-Panafricana.