Dissertação
Colonizar o inferno, ocupar o purgatório: feitiçaria, práticas mágicas e religiosidade no Brasil colonial (século XVIII)
Fecha
2017-06-29Autor
Catai, Dimas Catai Santos
Institución
Resumen
Após a restauração do Santo Ofício em Portugal as ações desta instituição foram
intensificadas no Além Mar. Enquanto vários Comissários e Familiares eram nomeados para o
Brasil, as denúncias acerca das práticas cresciam de maneira vertiginosa. Apesar de ter como
principal alvo os Cristãos-novos, a Inquisição não se furtava de combater ouros tipos de
delito. Sendo assim, essa dissertação pretendeu observar um tanto da ação deste tribunal da fé
contra africanos e afrodescendentes acusados de feitiçaria na Bahia e em Pernambuco entre
finais do século XVII e XVIII. Este período não foi escolhido ao acaso. Tendo como principal
marca o declínio da crença na feitiçaria, tentamos entender como as ações de “feiticeiros
negros ” eram entendidas dentro deste cenário. Afinal de contas, por quais razões essas
práticas eram entendidas como feitiçaria? Até que ponto elas poderiam ser enquadradas no
conceito português de magia? Como estas personagens, seus clientes e denunciantes
entendiam essas ações mágicas? Como o Santo Ofício entendia elas? Estas perguntas fizeram
parte da construção desta dissertação. Para isso, foi fundamental o emprego de documentação
pertencente ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo e o emprego constante de processos
movidos contra essa população e os famigerados Cadernos do Promotor.