Artigo de Periódico
A gênese da política de luta contra a aids e o Espaço Aids no Brasil (1981-1989).
Fecha
2016Registro en:
00348910
v.50, p.1-12, 2016
Autor
Barros, Sandra Garrido de
Silva, Ligia Maria Vieira da
Barros, Sandra Garrido de
Silva, Ligia Maria Vieira da
Institución
Resumen
OBJETIVO: Analisar a gênese da política de controle da aids no Brasil. MÉTODOS: Estudo sócio-histórico (1981-1989), orientado pela sociologia genética de Bourdieu, por meio de análise documental, revisão bibliográfica e entrevistas em profundidade. Consistiu
na articulação entre a análise das trajetórias de 33 agentes envolvidos na criação de um espaço social voltado para as questões relativas à aids e as condições históricas de possibilidade para a formulação de uma política específica. RESULTADOS: O Espaço Aids constituiu-se como produto do encontro da trajetória de agentes de diversos campos sociais (médico, científico, político e burocrático). Um espaço específico de
relações, que possibilitou a formulação de uma política para o controle da epidemia da aids, mas onde também estava em disputa a autoridade de falar sobre o significado da doença, suas formas de prevenção e tratamento. A análise mostrou como as estruturas (governos democráticos no
estado de São Paulo e no âmbito nacional, com sanitaristas assumindo posições importantes)
e a ausência de terapia específica contribuíram para que agentes sociais com disposições e formações diversas formulassem uma política que priorizou inicialmente a prevenção. CONCLUSÕES: A ascensão do movimento sanitário, a constituição do SUS e a dominância do campo médico no Espaço Aids contribuíram para a valorização do tratamento, como parte das medidas de controle da epidemia. Essas condições possibilitaram a formulação de uma política
baseada na integralidade das ações, articulando prevenção e tratamento, na década seguinte, com importante participação da burocracia estatal e de pesquisadores.