masterThesis
Covid-19 e saneamento básico: relações e impactos
Covid-19 and basic sanitation: relationsships and impacts
Registro en:
SILVA, Rafaela Alves Vicente Rodrigues da. Covid-19 e saneamento básico: relações e impactos. Orientador: André Luís Lopes Moriyama. 2022. 94f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
Autor
Silva, Rafaela Alves Vicente Rodrigues da
Resumen
This work proposes to establish the theoretical-scientific aspects that
allow to perceive the effects of basic sanitation in the prevention and combat of
pandemics caused by viruses, mainly, the current pandemic of COVID-19. Making
connections between concepts and things, based on a broad bibliographic investigation
that allows extracting important information on the thematic axis contained in the
coronavirus-basic sanitation binomial. The research developed is of an exploratory type
combined with a descriptive one, with a quali-quantitative approach. Classic materials,
government platforms and scientific publications were consulted. COVID-19 reinforced
the importance of access to basic sanitation for public health. However, it is difficult to
guarantee hygiene actions when not everyone has access to treated water, sewage
collection and treatment. Some of the factors that may be associated with the incidence
of cases or mortality rates of this disease are sanitation conditions. The main route of
transmission of the virus is via contaminated aerosols and respiratory droplets. However,
the presence of the genetic material of SARS-COV-2 in the feces of infected people
aroused interest in studies related to the possibility of oral-fecal transmission through
untreated sewage, contaminated water supply and even the bioaerosols produced in
ETEs. Due to the high number of infected people, there is an interest in analyzing other
possible routes of transmission and how access to sanitation in Brazil influences the fight
against the disease, since the persistence of the virus in the environment has not yet been
completely clarified. The Brazilian population is estimated at more than 200 million
inhabitants distributed throughout the five macro-regions with different demographic
densities, sociocultural aspects and access to sanitation services. The North and
Northeast macro-regions have the worst rates of water supply, sewage collection and
treatment. Despite this, these regions had lower rates of cases and deaths from COVID19. On the other hand, two of the best regions served by basic sanitation services, the
Midwest and Southeast, had the highest accumulated deaths until June 2022. It can be
seen that the lack of sanitation has been causing long-term deaths from waterborne
diseases in the However, with investments in the sanitation sector, it is possible to reduce
the number of hospitalizations and deaths, in addition to assisting in preventive measures
to combat infectious diseases. It was also found that poor sanitation is not the only vector
capable of influencing the spread of the disease. But it can be an aggravating factor,
considering that 16% of the Brazilian population do not have access to the water supply
network, and are those who adhere to dubious water sources, without confirmation that
it is within the potability standard for human consumption, becoming more vulnerable
to waterborne diseases. As for the monitoring of SARS-COV-2 in sewage, it can be a
useful tool to monitor new outbreaks of COVID-19. So far, there is no scientific evidence
that proves fecal-oral or fecal-respiratory transmission, however, it is pertinent to
continue in-depth research on the persistence and viability of the virus in the
environment, especially in aquatic matrices. As well as the fate of Sars-Cov-2 in
treatment plants, analyzing the performance of virus removal in the stages. Este trabalho se propõe a estabelecer os aspectos teórico-científicos que
permitam perceber os efeitos do saneamento básico na prevenção e no combate de
pandemias causadas por vírus, principalmente, a atual pandemia da COVID-19.
Realizando ligações entre os conceitos e as coisas, com base em uma investigação
bibliográfica ampla que permita extrair informações importantes ao eixo temático
contido no binômio coronavírus-saneamento básico. A pesquisa desenvolvida é do tipo
exploratória combinada com a descritiva, de abordagem quali-quantitativa. Foram
consultados os materiais clássicos, plataformas governamentais e de publicações
cientificas. A COVID-19 reforçou a importância do acesso ao saneamento básico para a
saúde pública. No entanto, é difícil garantir ações de higiene quando nem todos possuem
acesso a água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Alguns dos fatores que podem estar
associados às incidências de casos ou às taxas de mortalidade dessa doença são as
condições de saneamento. A principal rota de transmissão do vírus é por aerossóis
contaminados e gotículas respiratórias. Todavia, a presença do material genético do
SARS-COV-2 nas fezes de infectados despertou o interesse nos estudos relacionados à
possibilidade de transmissão oral-fecal através dos esgotos não tratados, água de
abastecimento contaminada e até mesmos os bioaerossóis produzidos nas ETEs. Devido
ao alto número de pessoas infectadas, surge o interesse de analisar outras possíveis rotas
de transmissão e como o acesso ao saneamento no Brasil influencia no combate à doença,
visto que ainda não foi completamente esclarecida à persistência do vírus no ambiente.
A População brasileira é estimada em mais de 200 milhões de habitantes distribuídos ao
longo das cinco macrorregiões com diferentes densidades demográficas, aspectos
socioculturais e acesso aos serviços de saneamento. As macrorregiões norte e nordeste
são as que possuem os piores índices de abastecimento de água, coleta e tratamento de
esgoto. Apesar disso, essas regiões apresentaram menores índices de casos e óbitos por
COVID-19. Em contrapartida, duas das melhores regiões atendidas pelos serviços de
saneamento básico, centro-oeste e sudeste, apresentaram maiores óbitos acumulados até
junho de 2022. Percebe-se que a falta de saneamento vem causando óbitos a longas datas
por doenças de veiculação hídrica, no entanto, com os investimentos no setor de
saneamento, é possível reduzir o número de internações e óbitos, além de auxiliar nas
medidas de prevenção para combater doenças infectocontagiosas. Verificou-se, também,
que o saneamento precário não é o único vetor capaz de influenciar na disseminação da
doença. Mas pode ser um fator agravante, considerando que 16% da população Brasileira
não possuem acesso a rede de água de abastecimento, e são os que aderem a fontes de
água duvidosas, sem a confirmação que está dentro do padrão de potabilidade para o
consumo humano, se tornando mais vulneráveis a doenças de veiculação hídrica. Quanto
ao monitoramento do SARS-COV-2 em esgoto, pode ser uma ferramenta útil para
monitorar novos surtos da COVID-19. Até o momento, não existem evidencias
cientificas que comprovem a transmissão fecal-oral ou fecal-respiratória, contudo, é
pertinente que continuem pesquisam aprofundadas acerca da persistência e viabilidade
do vírus no meio ambiente, principalmente em matrizes aquáticas. Bem como, o destino
do Sars-Cov-2 nas estações de tratamento, analisando o desempenho de remoção do vírus
nas etapas.