bachelorThesis
consumo de alimentos ultraprocessados e de vitamina a entre mulheres lactantes: existe relação?
Registro en:
SILVA, Elisa Maria Rodrigues. Consumo de Alimentos Ultraprocessados e de Vitamina A entre mulheres lactantes: existe relação? 2022. 27 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
Autor
Silva, Elisa Maria Rodrigues da
Resumen
Atualmente há um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados (AUP), que podem provocar maior risco de sobrepeso/obesidade e doenças cardiovasculares, principalmente pela relação negativa entre seu consumo e a qualidade da dieta, incluindo diminuição dos níveis de ingestão de micronutrientes. A exemplo dos micronutrientes que podem sofrer impacto com o aumento de AUP, é a vitamina A, que desempenha importantes funções no organismo, principalmente no contexto da lactação. Uma menor ingestão nesse período impacta tanto a saúde materna quanto a da criança, conduzindo ao risco nutricional pela deficiência da vitamina. Desta forma, teve-se como objetivo avaliar a relação do consumo de AUP na ingestão de vitamina A de mulheres lactantes do município de Natal-RN. Trata-se de um estudo do tipo transversal com mulheres atendidas até 120 dias pós-parto na atenção primária à saúde do município, sendo coletadas informações de consumo alimentar via recordatórios de 24 horas para determinação da ingestão de alimentos segundo a classificação NOVA e consumo de vitamina A. Obteve-se a participação do consumo de AUP na ingestão energética total da dieta, bem como a porção de vitamina A desses alimentos. Após tabulação dos dados, as mulheres foram agrupadas por tercis de participação do consumo de AUP na dieta, utilizando o teste de Kruskal Wallis para avaliar as diferenças do consumo de vitamina A entre os grupos. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. O presente estudo encontrou que o consumo de AUP em mulheres lactantes foi cerca de 29% em relação à ingestão calórica total, e o consumo habitual de vitamina A foi 1163 µg/dia, com cerca de 20% de inadequação dietética (< 900 µg/dia). Ao avaliar o fornecimento de vitamina A por AUP, observou-se que nas mulheres de maior participação de AUP na dieta, houve também maior fornecimento de vitamina A por esses alimentos (p<0,036), apesar de não ser encontrada diferença significativa na ingestão diária de vitamina A nem na proporção de inadequação de ingestão de vitamina A entre as mulheres do menor consumo de AUP e os maiores tercis (p>0,05). Dessa forma, diante do impacto negativo conhecido do consumo de AUP na saúde materno-infantil, é de suma importância o estímulo ao consumo de alimentos seguros nutricionalmente na fase da lactação, principalmente para fornecer vitamina A mais biodisponível e que tragam outros benefícios de proteção à saúde dessa população. Deste modo, ressalta-se a importância do estímulo ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processados para garantir fonte segura da vitamina na fase da lactação.