Para classificar as peças desta exposição, tomou-se como critério a pertinência estritamente do aspecto estético formal (estilístico e expressivo). Como não se tem informações precisas de outros elementos (históricos, técnicos, etc.) esta classificação é aproximativa. Considerando a criatividade do mestiço nas imagens, o museu ordenou-as segundo as seguintes categorias: 1. Peças jesuíticas: são aquelas realizadas pelos missionários da Companhia de Jesus. 2. Peças feitas por santeiros jesuíticos: expulsados os jesuítas, muitos artesãos espalharam-se pela Região Central levando a influência da concepção missionária da escultura, que entrou em contato com a imagem popular e deu a essas peças um tom característico. 3. Peças franciscanas: as peças desta categoria tendem não a congelar o movimento barroco, mas eliminá-lo. As imagens adquirem um sentido de serenidade e simplicidade ausente na iconografia jesuítica. 4. Peças de ateliês civis: a prática “santeira” dessas oficinas, ainda dirigida a confeccionar imagens para as igrejas do povo, era mais solta e deixava amplo espaço para a imaginação popular. 5. Peças propriamente populares: são peças produzidas à margem dos ateliês e segundo motivações espontâneas do povo, para uso dos oratórios familiares. Esta coleção reúne basicamente talhas, mas também algumas pinturas, que eram essencialmente tampas de nichos, cujos pressupostos podem ser englobados dentro das categorias acima indicadas. (Texto de Ticio Escobar)