Restauro da Pintura do Padre Jesuíno do Monte Carmelo na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo
Autor
Jesuíno do Monte Carmelo, Padre
Resumen
Resultados da redescoberta e do restauro da chamada “pintura invisível” do padre Jesuíno do Monte Carmelo na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, realizadas entre 2008 e 2012. A pintura do padre artista, originalmente executada entre 1796 e 1798, desde meados do século XX estava coberta por camadas de repintura. Sua descoberta só foi possível a partir das hipóteses lançadas pelo escritor modernista Mário de Andrade no início da década de 1940. São tombadas pelo IPHAN desde 1996 (1176-T-85). Enquanto preparava a biografia do padre Jesuíno para o SPHAN, o crítico de arte Mário de Andrade levantou a suspeita de que a pintura visível na parte central do teto da nave, poderia não ser de autoria do religioso: a composição pictórica estava geometricamente deslocada entre os elementos arquitetônicos e não condizia com os aspectos plásticos e estilísticos do artista que estudava. Surgiu, assim, a teoria da “pintura invisível” do padre Jesuíno: a desconfiança de que a pintura original do sacerdote poderia existir ainda intacta por baixo de outras camadas de pintura acrescentadas posteriormente. Desse modo, depois de décadas oculta da vista do público, a composição “invisível” de Jesuíno ressurgiu com a recente restauração coordenada pelo historiador Carlos Cerqueira e revelou uma belíssima pintura de Nossa Senhora do Carmo em glória, de qualidade técnica e requinte estético sem par na produção artística da capital naquele período.