O objetivo deste trabalho é investigar as estratégias que crianças de quatro a cinco anos lançam mão quando confrontadas com situações de leitura e escrita no ambiente escolar. Participaram deste estudo alunos de educação infantil, de uma escola da rede pública de Porto Alegre/RS. Foram utilizadas quatro propostas investigativas: escrita e leitura do nome, diferenças entre escrita e desenho, exploração de letras do alfabeto e consciência fonológica através de rimas. Os caminhos metodológicos e analíticos trilhados utilizaram-se das abordagens do campo da psicogênese da língua escrita e da consciência fonológica. Os materiais empíricos gerados possibilitaram a construção de dois eixos analíticos: a utilização do nome próprio e a reflexão fonológica dos alfabetizandos. No primeiro eixo, apresento estratégias referentes à leitura e à escrita que surgem a partir da exploração do nome próprio e, no segundo, examino as habilidades de análise fonológica apresentadas pelas crianças, relacionando-as às hipóteses que elaboram sobre a escrita. A partir da construção dessas unidades analíticas, pode-se destacar que as letras e sílabas que compõem o nome próprio tornam-se repertório para novas escritas e que a habilidade para perceber semelhanças sonoras entre palavras está presente na maioria das crianças participantes deste estudo. Tais conhecimentos são importantes para o processo de alfabetização, pois permitem a criação de estratégias de reflexão metalinguística.