O presente trabalho tem como objetivo explorar e problematizar as conexões entre espiritualidade e ecologia, que se entende serem determinantes de uma nova concepção de bem-estar físico e espiritual que passa a configurar o horizonte comum das formas religiosidade na contemporaneidade. Para tanto, foram realizadas explorações etnográficas junto ao movimento espiritual Mística Andina, o qual convida seus integrantes a incorporar os ensinamentos dos camponeses andinos, sendo o principal deles a devoção à Mãe Terra, ou Pachamama. Os sujeitos aqui estudados passam então a considerar um corpo maior que o corpo físico, um corpo que se estende ao meio ambiente. Esta jornada que começa no "eu" leva o indivíduo à integração com o todo, leva à comunhão com a Pachamama. Para pensar sobre as questões deste campo, amparei-me no paradigma da corporeidade de Thomas Csordas que se torna muito pertinente, pois realiza uma reordenação da dualidade sujeito e natureza.