Propõe estudar a condição em que se encontram alguns pacientes que são declarados pela equipe como em “manejo de andar”. Essa expressão é utilizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) para determinar que pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura não sofrerão tentativas de reanimação cardio respiratória quando tiverem uma parada cardíaca, sendo o cuidado do paciente centrado em medidas de conforto. Tal situação pode produzir na equipe reações de vulnerabilidade e consciência da sua própria mortalidade. Estudos têm mostrado que quando o paciente entra na fase terminal as visitas da equipe de saúde diminuem sensivelmente com a justificativa de que não há mais o que fazer com esse paciente. O objetivo do estudo foi conhecer os pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura internados em unidades de internação de adultos de um Hospital Escola. Trata-se de uma pesquisa descritiva documental sendo os dados colhidos nos prontuários dos pacientes que constituíram a amostra do estudo. A amostra foi composta por onze pacientes que tinham situações de saúde variadas: pacientes em fase final de SIDA, com morbidades neurológicas, portadores de seqüelas importantes, pacientes oncológicos com múltiplas metástases, em fase avançada. Destacaram-se no estudo pacientes jovens, com múltiplas necessidades, dificuldades sociais, econômicas e familiares. A metade deles teve alta hospitalar para suas casas. Também observei que a rede de saúde não lhes dá o apoio necessário o que leva ao retorno ao hospital em qualquer intercorrência.