Tesis
Relação entre alterações fonéticas e uso de chupeta em crianças de 5 a 11 anos de idade
Autor
Pereira, Julia Costa
Institución
Resumen
TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Fonoaudiologia. INTRODUÇÃO: Antes mesmo do bebê nascer, a chupeta já faz parte de seu enxoval,
tendo se tornado algo cultural no decorrer dos séculos. As mães afirmam que a chupeta
é um consolo e o calmante do bebê. Especialistas e profissionais da saúde condenam a
chupeta pelas alterações decorrentes de seu uso afirmando que este hábito é prejudicial
ao sistema estomatognático, podendo alterar o seu equilíbrio. O uso da chupeta está
relacionado com alterações oclusais, como a mordida aberta, e fonoarticulatórias,
como interposição lingual durante a fala. OBJETIVO: O objetivo principal foi verificar se
uso prolongado da chupeta pode causar alterações na fala de crianças. Os objetivos
específicos foram verificar a presença do hábito de sucção de chupeta, avaliar a postura,
tônus e mobilidade de língua, classificar e analisar as alterações fonéticas da fala e
verificar a associação entre alterações de língua, de produção de fala, alterações de
mordida e a presença ou não da sucção de chupeta. METODOLOGIA: Estudo do tipo
quantitativo transversal analítico, realizado com oito crianças, com idade de cinco a 11
anos. Foi realizada a aplicação de um questionário com os pais, abordando questões
socioeconômicas e informações sobre o uso da chupeta. A amostra foi dividida em
grupo controle, composto por cinco crianças, e grupo experimental, composto por três
crianças. Posteriormente, essas crianças foram avaliadas quanto à mobilidade, postura,
tônus e volume de língua. A avaliação de fala foi realizada através da nomeação de
figuras. Os vídeos contendo as produções de fala foram analisados por três juízes com
experiência na área, de forma cegada. Para verificar a associação entre as variáveis
categóricas foi utilizado o teste estatístico Teste Qui-Quadrado. RESULTADOS: Todas
as crianças do grupo experimental apresentaram tônus de língua diminuído e 66%
apresentaram alterações na posição e no volume dessa estrutura. Os movimentos
de língua apresentaram-se normais na maioria da amostra. Das crianças do grupo
controle, 60% apresentaram mordida normal, enquanto as do grupo experimental
33,3% apresentaram mordida aberta anterior, 33,3% mordida cruzada lateral e 33,3%
sobressaliência acentuada. As alterações fonéticas estiveram presentes em 66% das
crianças do grupo experimental. CONCLUSÃO: As crianças usuárias de chupeta
apresentam mais alterações na fala, no volume, tônus, postura e mobilidade de língua e
na mordida em comparação àquelas que não apresentam o hábito. As crianças que não
possuem o hábito ou alterações na fala também não apresentam alteração no volume
de língua. Apesar desses achados, não houve significância estatística na maioria das
associações. Salienta-se a necessidade da continuação da pesquisa, buscando avaliar
um número maior de crianças e, assim, obter dados mais fidedignos quanto a esses
achados.