Tesis
Trajetórias de desenvolvimento distintas
Autor
Perin, Fernanda Steiner
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Economia, Florianópolis, 2014. O presente trabalho tem por objetivo explanar e caracterizar como a emissão de investimento direto é tratada dentro do padrão de desenvolvimento brasileiro e sul-coreano, tendo como período de análise os anos 1950 a 2012. Para tanto, em um primeiro momento é discutido os determinantes teórico-analíticos do IDE e sua relação com o desenvolvimento econômico fundamentando-se nas teorias tradicionais e nas teorias contemporâneas sobre o tema. Em seguida, a emissão de IDE é tratada na perspectiva dos países em desenvolvimento, dando enfoque aos recursos emitidos pelos países da América Latina e da Ásia. Na sequência, resgatam-se, em perspectiva histórica, as principais características do processo de industrialização brasileiro, o qual esteve marcado pela condução e o planejamento do Estado, pela estratégia de produção orientada ao mercado interno, pela entrada de capital externo nos setores mais dinâmicos da estrutura industrial e pela coadjuvante atuação do capital nacional privado. A internacionalização das empresas brasileiras refletiu a trajetória de industrialização, assim, na primeira onda de emissão de IDE, as empresas que expandiram sua produção para o exterior, em grande monta, não tiveram êxito devido às insuficientes vantagens de propriedade constituídas no ambiente domésticos. Após a abertura econômica, notou-se um crescimento contínuo da emissão de IDE, indicando uma melhoria da competitividade das empresas. O ambiente institucional esteve favorável às empresas evidenciando uma estabilidade interna e a retomada das políticas industriais com apoio à internacionalização. O processo de industrialização sul-coreano também é resgatado em perspectiva histórica dando ênfase aos planos de desenvolvimento fortemente comandados pelo Estado, à estratégia de produção orientada ao mercado externo, à relação com o capital estrangeiro e à formação de fortes conglomerados empresariais nacionais. A emissão de IDE foi coibida pelo governo sul-coreano enquanto o tecido industrial estava sendo constituído. Com a abertura econômica, as empresas sul-coreanas foram impulsionadas para o exterior, em grande parte com o apoio financeiro e institucional do governo, e se mostraram em condições de competição com as líderes mundiais. O estudo comparativo entre os dois países mostrou que o desempenho da inserção internacional é consequência da forma como foi conduzido o processo de industrialização. A emissão de IDE pela Coreia do Sul mostra um desempenho mais consistente em termos quantitativos, é mais diversificado geograficamente e direcionado aos setores mais sofisticados tecnologicamente. Enquanto que a emissão de IDE pelo Brasil cresceu expressivamente nos últimos anos, porém conta com uma assistência institucional insuficiente e é comandada pelos setores menos sofisticados.<br> Abstract : This dissertation aims to explain and characterize how the FDI outward is treated within the Brazilian and South Korean standard development, in the period of analysis between the years 1950-2012. In this regard, at first is discussed the theoretical and analytical determinants of FDI and its relationship with economic development basing itself on the traditional theories and contemporary theories on the subject. Then, the issue of FDI is treated from the perspective of developing countries, focusing on resources issued by Latin America and Asia. Moreover, the main characteristics of the Brazilian industrialization process are discussed in a historical perspective, which was marked by the State conducting and planning, the production strategy focused on the inward market, the entry of foreign capital in industrial structure?s most dynamic sectors and the supporting role of private national capital. The internationalization of Brazilian companies reflected the trajectory of the industrialization, thus issuing the first wave of outward FDI, the companies that expanded their production abroad were largely unsuccessful due to insufficient ownership advantages household formed. After economic opening, it was noticed an increase in emission of continuous FDI indicating an improvement in the competitiveness of enterprises. The institutional environment was favorable to business, showing an inner stability and the resumption of industrial policies to support internationalization. The Korean industrialization process is also taken here with a historical perspective, emphasizing on the development plans tightly controlled by the State, the production strategy oriented to the foreign market, the relationship with the external capital and the formation of strong national conglomerates. The outward FDI was restrained by the South Korean government as the industrial web was being constituted. With the economic opening, the South Korean companies were largely pushed abroad with the financial and institutional support from the government and proved to be able of competing with the world leaders. The comparative study between the two countries demonstrated that the performance of international integration is a result of how the industrialization process was conducted. The outward FDI from South Korea exposes a more consistent performance in quantitative terms, it is more geographically diverse and focused on the most technologically sophisticated sectors. Meanwhile the Brazilian outward FDI has grown significantly in the recent years, but has insufficient institutional care and is controlled by less sophisticated sectors.