Tesis
Análise da composição da dívida interna – pós Plano Real
Autor
Dellamatrice, David José
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia. Esse estudo tem como objetivo analisar a composição da dívida interna
brasileira a partir da introdução do plano real, em julho de 1994. Buscou-se
estudar o processo de evolução da dívida pública, identificando os
componentes que influíram para sua evolução nesse período. O estudo foi feito
dividido em dois períodos distintos e revelou que a dívida cresceu de forma
significativa. O primeiro período compreende o regime de câmbio fixo, de 1994
até janeiro de 1999, onde devido à alta necessidade de financiamento externo
e aos ataques especulativos ao real, ocasionados pelas crises internacionais,
fez com que o governo utilizasse altas taxas de juros para atrair os investidores
estrangeiros. Devido aos sucessivos ataques especulativos ao real, o governo
recorreu a um empréstimo internacional de U$$ 44 milhões junto ao FMI
(Fundo Monetário Internacional). Em 1999, ainda em um momento de
instabilidade internacional e fortes pressões especulativas, o governo se viu
obrigado a adotar o regime de câmbio flutuante e a política fiscal foi marcada
pelo esforço de obtenção de superávits primários, para tentar estabilizar a
relação Dívida / PIB (Produto Interno Bruto). Houve o processo de
reconhecimento de dívidas antigas, onde o governo foi obrigado a reconhecer
dividas passadas, os chamados “esqueletos” da dívida pública, aumentando a
relação dívida / PIB. A partir de 2004, o governo iniciou uma política de
aumento das reservas internacionais, servindo como uma espécie de seguro
para as economias emergentes atravessarem momentos de instabilidade
internacional. Em 2008, a crise hipotecária não deteriorou a percepção de
risco-país frente aos investidores internacionais como nas crises passadas,
apesar de ter sido a mais severa crise internacional desde 1930. Sendo que, a
evolução nos níveis de reservas internacionais foi fundamental para manter
estabilizada a dívida líquida do setor público e sua relação com o PIB.