dc.description | A década de 90 no Brasil foi caracterizada por um amplo processo de reestruturação do
Sistema Financeiro Nacional, a partir do qual as medidas liberalizantes adotadas pelas
autoridades governamentais criaram condições favoráveis para que os bancos estrangeiros
participassem do setor bancário nacional. As medidas adotadas tinham como principal
objetivo resolver os problemas financeiros de muitos bancos nacionais, que foram
ocasionados pela perda das transferências inflacionárias, o floating. O governo pretendia
evitar que os problemas enfrentados por algumas instituições nacionais pudessem
ocasionar uma crise de todo sistema bancário e comprometer a estabilidade econômica
alcançada, mas buscava, sobretudo, que estas instituições pudessem proporcionar melhores
condições de crédito no país. Enquanto isso, as instituições estrangeiras buscavam no
mercado bancário brasileiro a possibilidade de expandir seus negócios, e ampliar sua
margem de lucros de acordo com as possibilidades existentes. Neste sentido, as suas
expectativas quanto à possibilidade de lucros, levando em consideração as condições do
ambiente doméstico e as suas preferência de portfólio de acordo com o risco inserido em
suas atividades bancárias, influenciarão diretamente uma expansão da oferta de crédito,
assim como a taxa de juros cobrada nestas operações.
A presença destas instituições no setor bancário doméstico segundo os objetivos
pretendidos pelo governo, provocaria sensíveis mudanças no desempenho de todo setor
bancário. Segundo este argumento, os bancos estrangeiros poderiam promover melhores
condições de crédito, seja através de uma expansão na oferta de crédito como através de
uma redução nos custos ao tomador de crédito. | |