Tesis
Mulher, história, psicanálise
Autor
Travassos, Eliane
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Durante séculos da história humana vigora um modelo de sexo único, onde a diferença estaria na localização de órgãos sexuais idênticos: nos machos do lado de fora do corpo, nas fêmeas do lado de dentro. A partir do século XVIII, com a busca de igualdade entre os homens, este modelo torna-se insustentável - é preciso justificar melhor a hierarquia entre os sexos. Na tentativa de restringir a vida das mulheres à maternidade, surge o modelo de dois sexos (onde a função segue a forma). Freud irá defender o orgasmo vaginal na vida adulta, mas afirma que a vagina é insensível na infância, sendo então o clitóris a principal zona erógena. Preso ao modelo de sexo único, correlaciona o clitóris ao pênis: a menina considera seu órgão inferior ao masculino, desenvolvendo uma inveja por este, responsável inclusive por seu desejo de ser mãe. A maioria de seus discípulos rejeita a tese da insensibilidade da vagina na infância. Quanto à inveja do pênis, embora alguns desses autores questionem suas motivações e conseqüências, quase todos têm sua ocorrência como universal. Na questão da sensibilidade vaginal na infância é preciso considerar a necessidade de estimulação de cada região do corpo para que esta se erotize, devendo-se dar razão a Freud. No caso da inveja do pênis, em função das variações na idade em que as meninas descobrem a diferença anatômica, não é possível considerá-la universal.