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Neoproterozoic littoral deposits of Alto Paraguai Group in the southeastern Amazon Craton, Mirassol D’oeste region, Mato Grosso
Depósitos litorâneos neoproterozóicos do Grupo Alto Paraguai no sudoeste do Cráton Amazônico, região de Mirassol d’Oeste, Mato Grosso
Autor
Silva Júnior, José Bandeira Cavalcante da
Nogueira, Afonso César Rodrigues
Petri, Setembrino
Riccomini, Claudio
Trindade, Ricardo Ivan Ferreira
Sial, Alcides Nóbrega
Hidalgo, Renata Lourenço
Institución
Resumen
Anomalous events of terminal Neoproterozoic have been mostly reported in the cap carbonate sequences exposed in many regions worldwide. Extreme climatic conditions involving global glaciations were associated with significant oceanographic and sea-level changes. Neoproterozoic carbonate successions commonly are succeeded by siliciclastics deposits that in many regions, like in South America, are poorly described and have their sedimentary history still poorly understood. In the southwestern Amazon craton, central region of Brazil, the Alto Paraguai Group is an excellent example of silicilastic deposits that overlie the post-Marinoan cap carbonate sequence of the Araras Group. The Alto Paraguai Group was investigated using facies and stratigraphic analysis in the Mirassol d’Oeste region, State of Mato Grosso, and consists of two successions: 1) amalgamated fine to medium-grained sandstone, cemented by sparry dolomite, with swaley and hummocky cross-stratifications, wave truncated and even-parallel laminations, trough cross stratification, ripple mark, dessication cracks and evaporite molds, interpreted as storm and tidal influenced littoral deposits; and 2) pelite, shale and fine to medium-grained sandstone with ripple marks, even parallel lamination and swaley cross stratification, interpreted as offshore to lower shoreface deposits. Sparry ferrous dolomite cement in sandstone exhibits crystals with frequent curved faces and cleavages, typical of saddle dolomite. Isotopic negative values of carbon (-1,70‰ to -3,5‰) and oxygen (-3,78‰ to -5,17‰) confirm late cementation with influence of meteoric and hydrothermal waters during deep burial diagenesis. The limit between these successions is an unconformity superimposed by marine flooding or transgressive surface, that records an onlap over a littoral zone installed in the southern border of the Amazon craton during the Neoproterozoic. Eventos anômalos do final do Neoproterozóico têm sido documentados principalmente nas seqüências de capas carbonáticas de diversas regiões do planeta. Condições climáticas extremas envolveram glaciações globais que foram associadas com significativas mudanças oceanográficas e variações do nível do mar. As sucessões carbonáticas neoproterozóicas geralmente são sucedidas por depósitos siliciclásticos que em diversas regiões, como na América do Sul, são pobremente descritas e com história sedimentar ainda pouco entendida. No sul do Cráton Amazônico, região central do Brasil, o Grupo Alto Paraguai é um excelente exemplo de depósitos siliciclásticos que sobrepõem a seqüência de capa carbonática do Grupo Araras depositadas após a glaciação do final do Criogeniano. Esta unidade foi investigada com base na análise de fácies e estratigráfica na região de Mirassol d’Oeste, Estado do Mato Grosso e consiste, da base para o topo, de duas sucessões: 1) camadas amalgamadas e cimentadas por dolomita espática de arenito fino a médio, com estratificações cruzadas hummocky e swaley, laminações plano-paralela e truncada por ondas, estratificação cruzada acanalada, marcas onduladas, gretas de dissecação e moldes de evaporitos, interpretados como depósitos litorâneos influenciados por maré e tempestades (Formação Raizama, Base do Grupo Alto Paraguai); e 2) pelito, folhelho e arenito fino a médio com marcas onduladas, laminação plano-paralela e estratificação cruzada swaley, interpretados como depósitos de plataforma marinha e face litorânea inferior (Formação Sepotuba). O cimento de dolomita espática ferrosa exibe cristais com faces e clivagens curvadas típicos de saddle dolomite. Valores isotópicos negativos de carbono (-1,70‰ a -3,56‰) e oxigênio (-3,78‰ a -5,17‰) confirmam a cimentação tardia com influência de fluídos meteóricos e hidrotermais durante o soterramento profundo. O limite entre essas sucessões é uma discordância superimposta por uma superfície transgressiva ou de inundação marinha que representa o onlap sobre uma zona litorânea instalada na borda sul do Cráton Amazônico durante o Neoproterozóico.