Este ensaio busca refletir sobre em que medida a figura do intérprete, particularmente a do ator-cantor, mostra-se, cada vez mais, indispensável à realização de espetáculos cênicomusicais por companhias de teatro amador. O papel desse artista, nas interfaces entre música e teatro, será posto aqui, em que, a partir de nossa experiência como compositor, arranjador e diretor musical em espetáculos de teatro onde a música é fundamental para o desenvolvimento da dramaturgia, comentários acerca da ação do artista generalista e do artista especialista serão realizados. A complexidade de uma performance multifacetada para o intérprete que, simultaneamente, atua e canta — e, eventualmente, dança e toca instrumentos musicais, — bem como os campos de interação entre criação musical e performance teatral como consequência da colaboração do intérprete durante o processo de criação e realização da obra serão, também, observadas.