info:eu-repo/semantics/article
Fossil woods from Neogene of Acre Basin, Solimões Formation: paleoenvironmental context
Lenhos fósseis do Neógeno da Bacia do Acre, Formação Solimões: contexto paleoambiental
Autor
Gandin Machado, Luciano
Scheel-Ybert, Rita
Robson, Tadeu Bolzon
de Araujo Carvalho, Marcelo
Ismar, de Souza Carvalho
Institución
Resumen
This paper discusses the study of fossil wood collected along the banks of Acre, Furnaia, Juruá, Purus and Moa rivers, located in the outcrops of Solimões Formation (Upper Miocene), Acre Basin. The anatomical and morphological description of the cellular structures was accompanied by inferences about the preservation of the woods constituent elements, aiming to bring together taphonomic data and palaeoenvironmental regional parameters. The results indicate silica as the major component of the fossils, also occurring inclusions of iron oxides. The group of anatomical features includes vessels of medium (100 to 200 µm) to large (≥ 200 µm) diameter, with a predominance of solitary vessels, few vessels per square millimeter and simple perforation plates. The presence of these characters enabled to infer a tropical climate in Acre at the late Miocene. The presence of growth rings and vessels trending to semi-porosity suggests a variation in water availability, which indicates a seasonal climate with a dry season. The palynological record found in the literature indicates a palaeovegetation with the presence of freshwater lakes and tropical marshes. Permanent water bodies (wetlands, shallow lakes) were frequent during the deposition of the Solimões Formation, indicating that the Amazon south-western basin acted as a plane basin, similar to the system of the modern Pantanal, but fed by the Andes. The fossil woods have affinity with the recent botanical families Caesalpinioideae (Fabaceae), Lythraceae and Myrtace, which can be related to this palaeoenvironment. Este trabalho aborda o estudo de lenhos fósseis coletados nas margens dos rios Acre, Furnaia, Juruá, Purus e Moa, em afloramentos da Formação Solimões (Mioceno superior), Bacia do Acre. A descrição anatômica e morfológica das estruturas celulares dos lenhos fósseis foi acompanhada de inferências sobre a preservação dos elementos constituintes dos lenhos, visando reunir dados tafonômicos e parâmetros paleoambientais regionais.Os resultados indicam que a sílica é o principal mineral constituinte dos lenhos, ocorrendo também inclusões de óxidos de ferro. O conjunto de características anatômicas incluindo vasos de diâmetro médio (100-200 µm) a grande (≥ 200 µm), predominância de vasos solitários, poucos vasos por milímetro quadrado e placas de perfuração simples, possibilitou inferir um clima tropical para o Acre no final do Mioceno. A presença de anéis de crescimento e vasos com tendência a semiporosidade nos exemplares, sugere uma variação na disponibilidade hídrica indicando um clima sazonal, com uma estação seca. O registro da paleovegetação, através da palinologia, indica a presença de lagos de água doce e pântanos tropicais. Corpos de água permanentes (pântanos, lagos rasos) foram difundidos durante a deposição da Formação Solimões, indicando que a Amazônia sul-ocidental agiu como uma bacia plana similar ao que é nos dias de hoje o Sistema do Pantanal, mas alimentada pelos Andes. Os lenhos fósseis possuem afinidade botânica com as famílias Caesalpinioideae (Fabaceae), Lythraceae e Myrtaceae, e se relacionariam à regiões associadas a este paleoambiente.