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Uma noite com Amélia: lesbianidade, prostituição e classe social em Monsanto, de Bernardo Santareno
Autor
Santana, Solange
Coelho Muniz, Márcio Ricardo
Resumen
Estudo do texto dramático Monsanto (1979), do dramaturgo português Bernardo Santareno (1920-1980), com especial atenção para os marcadores identitários que constituem a personagem Amélia, mulher pobre e lésbica, que sustenta a si e a seu pai, Zé Grilo, com a prostituição. Para tanto, este artigo é subsidiado pelos estudos de gênero, de sexualidades, estudos culturais, e pela interseccionalidade, como teoria e ferramenta de análise. Uma noite no parque Monsanto com a personagem pode até parecer pouco tempo, mas saímos de lá com algumas hipóteses para o seguinte questionamento: seria a classe social, e não a lesbianidade, o motivo fulcral para que Amélia vivesse às margens da sociedade portuguesa? Importa salientar que tanto a lesbianidade quanto a prostituição são temas complexos e espinhosos, sobretudo em sociedades organizadas nos moldes patriarcais, uma vez que envolvem relações sociais centradas no controle das sexualidades.